O protocolo, cuja validade inicial é de dois anos, foi rubricado entre a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Económico (ELO)e a Cooperação, a Associação Industrial Portuguesa (AIP) e a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau.
De acordo com o presidente da Associação Portuguesa para o
Desenvolvimento Económico (ELO), Francisco Mantero, o acordo rubricado
irá permitir que as empresas do espaço lusófono "desenvolvam actividades
nos blocos regionais" a que pertencem os oito Estados da CPLP
(Comunidade de Países de Língua Portuguesa) e Macau, tendo a língua
portuguesa "como um activo importante". Citando números, Mantero disse,
por exemplo, que 4,2 por cento do negócio mundial é feito pelos países
de língua portuguesa, o que, observou, totalizar cerca de 240 mil
milhões de dólares, embora dessa percentagem apenas 3 por cento do
negócio seja feito entre os países da CPLP. "O ideal seria subirmos essa
percentagem para pelo menos seis por cento de transações entre os
países da língua portuguesa", notou o presidente da ELO ao justificar a
importância do protocolo rubricado com o presidente da CCIAS da
Guiné-Bissau, Braima Camará.
Os países lusófonos "têm tudo a ganhar" se potenciarem mais a língua portuguesa, disse Mantero, sublinhando que na União Europeia, com a presença de Portugal, e na CEDEAO (Comunidade Económica de Países de África Ocidental), com as presenças de Cabo Verde e Guiné-Bissau, "existem condições para excelentes negócios". Destacando ainda a importância da pertença de cada país no seu bloco regional, Mantero apontou o caso da Guiné-Bissau, frisando ser um país "charneira para as futuras parcerias" sobretudo para as empresas portuguesas que queiram entrar na CEDEAO. "A Guiné-Bissau é um país importante para o sector privado português, nomeadamente para a banca", disse Francisco Mantero, apontando, contudo, as tarefas a executar para a materialização das parcerias.
Evitar a dupla tributação e a remoção de barreiras ao negócio, a troca de informações e prestações de apoios mútuos são entre outras as tarefas a realizar, disse. Braima Camará, presidente da Câmara do Comércio da Guiné-Bissau, enfatizou que com as parcerias a serem criadas entre as empresas do espaço CPLP "o país poderá ter aqui uma grande oportunidade para iniciar o ciclo de saída da pobreza" em que se encontra actualmente. A instalação de empresas para transformação do cajú (principal produto de exportação do país) e a criação de emprego para os jovens são os benefícios imediatos apontados por Braima Camará nas parcerias a serem estabelecidas.
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