Braima
Camará, líder do Projecto “Por uma
Liderança Democrática e Inclusiva” e candidato que foi derrotado por uma
coligação formada por diferentes candidatos à liderança do PAIGC no seio de uma
denominada “Aliança para a Unidade e
Coesão do PAIGC” que apoiou o Eng. Domingos Simões Pereira a chegar a
Presidência do PAIGC, foi ontem recebido pelos Representantes Especiais do
Secretário-Geral das Nações Unidas e da União Africana, respectiva-mente, Ramos
Horta e Ovídio Pequeno.
Durante
este encontro, Braima Camará que se encontrava acompanhado do Coordenador Geral
do Projecto “Por uma Liderança
Democrática e Inclusiva”, camarada Marciano Silva Barbeiro, agradeceu os
esforços que os dois altos Representantes Especiais têm desenvolvido para
permitir que a Guiné-Bissau faça um retorno gradual e sustentável à plena
constitucionalidade e muito em especial no seio do PAIGC, de forma a permitir
ao nosso grande Partido não só a realização da sua reunião magna, como também
na procura dos melhores consensos conducentes à reconciliação interna, unidade
e coesão interna no seio deste.
Ramos
Horta e Ovídio Pequeno informaram Braima Camará que têm mantido conversações
com o actual Presidente do PAIGC, camarada Simões Pereira e que estão
conjuntamente desenvolvendo esforços no sentido de permitir uma maior
consolidação dos esforços tendentes a reconciliar as partes e a criar condições
para cimentar a unidade e a coesão interna no seio do Partido.
Os
Representantes Especiais elogiaram a forma como Braima Camará assumiu a sua
derrota e a disponibilidade que demonstrou em trabalhar em prol do
fortalecimento e coesão interna do PAIGC no seu discurso proferido logo após o
anúncio dos resultados para a eleição do Presidente do PAIGC em Cacheu.
Ramos
Horta e Ovídio Pequeno mostraram-se surpreendidos pelo facto de lhes terem sido
informados pela actual Direcção do PAIGC da existência de vários candidatos
presidenciais no seio do PAIGC, que consideraram como uma fonte potencial
geradora de novos desentendimentos, derivado do facto dos diferentes interesses
em jogo, facto que Braima Camará disse não ter conhecimento oficial, salvo os
boatos que normalmente circulam em Bissau.
Em
relação à providência cautelar de que a Direcção do PAIGC foi notificada na
passada sexta-feira pelo Tribunal Regional de Bissau, situação que Ramos Horta
e Ovídio Pequeno consideram preocupante, Braima Camará aproveitaria para
informar que esta “é uma iniciativa
levada a cabo por militantes e ex-dirigentes do Partido que se sentiram
profundamente indignados e feridos na sua honra pela forma como foram e estão
sendo tratados pela actual Direcção, primeiro pela forma como não deixaram
ninguém se exprimir para dar a sua opinião ou contraproposta nos trabalhos do
Congresso, inclusive pela forma pouco elegante como a própria Presidente do
Congresso se dirigiu aos que solicitaram a palavra, inclusive eu, enquanto
candidato e com responsabilidades acrescidas, para lhes dizer que só daqui a
quatro anos poderiam falar”, para logo acrescentar que “para complicar mais ainda a situação, vem o
Presidente do Partido, afirmar na reunião do Bureau Político, aquando da
apresentação da proposta para a composição da Comissão Permanente deste órgão estatutário,
que escolheu somente os camaradas do seu projecto, por uma questão de
confiança, tendo em vista não encontrar atropelos na execução do seu projecto.
Isto é muito grave e inaceitável vindo da parte de um líder com pretensões para
unir e reconciliar o Partido”.
Braima
Camará disse estar sempre disponível para encontrar uma solução, porque o que
está em jogo são os superiores interesses do país, “porque para mim e o Projecto que me apoia a Guiné-Bissau, o nosso povo,
a unidade e a reconciliação da grande família guineense, bem como a criação das
mais sustentáveis condições para o nosso desenvolvimento e par do bem-estar e
progresso do povo guineense são prioridades inquestionáveis, daí que esteja
sempre disponível, eu e qualquer elemento do meu projecto a sentarmo-nos seja
com quem for para a busca das
melhores e mais consistentes soluções que possam conduzir retirar o país da situação difícil onde se encontra”.
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