Tradutor

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Braima Camará recebido por Ramos Horta e Ovídio Pequeno na Sede da ONUGUIBIS

Braima Camará, líder do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” e candidato que foi derrotado por uma coligação formada por diferentes candidatos à liderança do PAIGC no seio de uma denominada “Aliança para a Unidade e Coesão do PAIGC” que apoiou o Eng. Domingos Simões Pereira a chegar a Presidência do PAIGC, foi ontem recebido pelos Representantes Especiais do Secretário-Geral das Nações Unidas e da União Africana, respectiva-mente, Ramos Horta e Ovídio Pequeno.
Durante este encontro, Braima Camará que se encontrava acompanhado do Coordenador Geral do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, camarada Marciano Silva Barbeiro, agradeceu os esforços que os dois altos Representantes Especiais têm desenvolvido para permitir que a Guiné-Bissau faça um retorno gradual e sustentável à plena constitucionalidade e muito em especial no seio do PAIGC, de forma a permitir ao nosso grande Partido não só a realização da sua reunião magna, como também na procura dos melhores consensos conducentes à reconciliação interna, unidade e coesão interna no seio deste.

Ramos Horta e Ovídio Pequeno informaram Braima Camará que têm mantido conversações com o actual Presidente do PAIGC, camarada Simões Pereira e que estão conjuntamente desenvolvendo esforços no sentido de permitir uma maior consolidação dos esforços tendentes a reconciliar as partes e a criar condições para cimentar a unidade e a coesão interna no seio do Partido.

Os Representantes Especiais elogiaram a forma como Braima Camará assumiu a sua derrota e a disponibilidade que demonstrou em trabalhar em prol do fortalecimento e coesão interna do PAIGC no seu discurso proferido logo após o anúncio dos resultados para a eleição do Presidente do PAIGC em Cacheu.

Ramos Horta e Ovídio Pequeno mostraram-se surpreendidos pelo facto de lhes terem sido informados pela actual Direcção do PAIGC da existência de vários candidatos presidenciais no seio do PAIGC, que consideraram como uma fonte potencial geradora de novos desentendimentos, derivado do facto dos diferentes interesses em jogo, facto que Braima Camará disse não ter conhecimento oficial, salvo os boatos que normalmente circulam em Bissau.

Em relação à providência cautelar de que a Direcção do PAIGC foi notificada na passada sexta-feira pelo Tribunal Regional de Bissau, situação que Ramos Horta e Ovídio Pequeno consideram preocupante, Braima Camará aproveitaria para informar que esta “é uma iniciativa levada a cabo por militantes e ex-dirigentes do Partido que se sentiram profundamente indignados e feridos na sua honra pela forma como foram e estão sendo tratados pela actual Direcção, primeiro pela forma como não deixaram ninguém se exprimir para dar a sua opinião ou contraproposta nos trabalhos do Congresso, inclusive pela forma pouco elegante como a própria Presidente do Congresso se dirigiu aos que solicitaram a palavra, inclusive eu, enquanto candidato e com responsabilidades acrescidas, para lhes dizer que só daqui a quatro anos poderiam falar”, para logo acrescentar que “para complicar mais ainda a situação, vem o Presidente do Partido, afirmar na reunião do Bureau Político, aquando da apresentação da proposta para a composição da Comissão Permanente deste órgão estatutário, que escolheu somente os camaradas do seu projecto, por uma questão de confiança, tendo em vista não encontrar atropelos na execução do seu projecto. Isto é muito grave e inaceitável vindo da parte de um líder com pretensões para unir e reconciliar o Partido”.

 Ramos Horta e Ovídio Pequeno defenderam a necessidade urgente de se encontrar uma saída política que leve a ultrapassar esta situação, argumentando ainda pelo facto do actual Presidente do PAIGC estar a enfrentar no seio da sua própria coligação pressões de vária ordem, que começaram, inclusive em Cacheu aquando da elaboração das propostas para a formação dos órgãos estatutários, entre outros assuntos e que só o restabelecimento de um clima propício a um diálogo aberto e em defesa dos superiores interesses do PAIGC se poderiam encontrar as melhores soluções para salvar uma vez mais o Partido Libertador e neste contexto mostraram-se disponíveis e altamente interessados em propor um encontro entre Simões Pereira e Braima Camará, sob os seus auspícios.

Braima Camará disse estar sempre disponível para encontrar uma solução, porque o que está em jogo são os superiores interesses do país, “porque para mim e o Projecto que me apoia a Guiné-Bissau, o nosso povo, a unidade e a reconciliação da grande família guineense, bem como a criação das mais sustentáveis condições para o nosso desenvolvimento e par do bem-estar e progresso do povo guineense são prioridades inquestionáveis, daí que esteja sempre disponível, eu e qualquer elemento do meu projecto a sentarmo-nos seja com quem for para a busca das melhores e mais consistentes soluções que possam conduzir retirar o país da situação difícil onde se encontra”.

Sem comentários:

Enviar um comentário