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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Centenas de militantes do PAIGC que apoiaram Braima Camará reuniram-se em Bissau para solicitar a Braima Camará que se candidate à Presidência da República

Mais de 42 oradores, entre os cerca de três centenas e meia de militantes do Partido, vindos de todas as Zonas e Regiões do país, que participaram como delegados ao VIII Congresso Ordinário do PAIGC, realizado em Cacheu, concentraram-se nas instalações do Malaika Trading nas zonas industriais de Brá, no passo 15 de Fevereiro, para saber o que Braima Camará tencionava fazer em termos do seu futuro político.

 
As intervenções deixaram transparecer de forma nítida que o VIII Congresso Ordinário do PAIGC deixou marcas e que urge hoje, se a nova Direcção eleita na reunião magna de Cacheu não trabalhar no sentido de assegurar a unidade e a coesão interna do PAIGC, teremos uma vez mais dividido o nosso grande Partido.

Óscar Barbosa fez a introdução em nome da Coordenação Nacional do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva”, tendo considerado que o Congresso de Cacheu demonstrou de forma inequívoca a necessidade urgente do PAIGC se dotar de novos métodos de actuação, “pois o que se passou ao longo deste processo, veio demonstrar claramente que a transparência, a verdade, a legalidade foram escamoteados em nome de uma aliança criada e sustentada para minar a todo o custo, um projecto e um líder que só pretendiam salvar o PAIGC da situação de crise profunda onde se encontra”.

Marciano Silva Barbeiro agradeceu em nome do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” todas as diferentes estruturas criadas nos seu seio e os seus demais responsáveis a todos os níveis, pelo papel e pela acção levadas a cabo que “dignificaram o nosso Partido e os seus dirigentes e militantes, pois o objectivo visado era defender o PAIGC e criar as condições para a sua unidade e coesão interna e paralelamente programar a sua modernização”.
 
 
Nós não saímos derrotados de Cacheu, pois o que se passou foi uma luta titânica onde todos se juntaram para nos derrubar e o conseguiram porque ao retirarem-nos às claras vitórias que alcançamos nas Conferências Regionais de Oio e Bafatá e o facto de terem acrescentado ilegalmente o número dos delegados fixados pelo Comité Central aos Veteranos em mais 10 delegados, então vemos claramente que nós seríamos os grandes vencedores do VIII Congresso Ordinário”, diria ainda Marciano Silva Barbeiro, para logo prosseguir a sua intervenção referindo-se que a vitória de Braima Camará e do Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” era “uma vitória da coerência e da verdade, pois sempre nos mantivemos fiéis ao modelo que defendemos assente nos Estatutos aprovados em Gabú e nunca optámos por outros caminhos só porque queríamos alcançar o poder a todo o custo e a prova disso é que conseguimos chumbar o anteprojeto dos Estatutos, significando isso uma vitória moral importante, pois não nos esqueçamos de que desde o início deste processo registámos uma clara e evidente hostilidade em torno do nosso Projecto e muito principalmente contra a figura do camarada Braima Camará”.

 
O camarada Braima Camará começaria a sua intervenção pedindo desculpas a todos os camaradas que o apoiaram “pelos danos e pelos sofrimentos qe nos foram impostos, pelo que expresso de forma humilde e sincera o meu muito obrigado a todos os que acreditaram no Projecto “Por uma Liderança Democrática e Inclusiva” e deram tudo quanto tinham para tornar num sucesso esta nossa caminhada feita em nome dos superiores interesses do PAIGC”.

 
Em Cacheu tudo aconteceu, menos democracia, menos verdade, menos justiça” diria ainda Braima Camará, para logo acrescentar, “sempre defendi e lutei que em primeiro lugar estaria sempre a Guiné-Bissau e só em último lugar estaria o meu interesse pessoal, em nome da paz e da estabilidade, apesar de ter escutado por vezes sem conta veladas ameaças e uma intensa campanha de difamação”.

Nós jamais prejudicaríamos os superiores interesses do nosso grande Partido e pelo que se passou em Cacheu, temos condições para pôr em causa algumas Resoluções aprovadas no VIII Congresso de Cacheu, mas não o vamos fazer porque entendemos que a nossa luta deve ser interna, no seio do PAIGC, mas como líder deste projecto, não aceito ultimatos, nem imposições, nem humilhações e estamos absolutamente convencidos de que só conversando com sinceridade e transparência podemos chegar a soluções mais adequadas para salvaguardar os superiores interesses do nosso Partido” diria ainda Braima Camará, para logo acrescentar, “que nós sempre jogamos limpos, sempre colocamos o PAIGC acima de quaisquer outros interesses, ao contrário de muitos que jogaram tudo e sem olhar a meios para chegar aonde chegaram, basta relembrarmos as peripécias ocorridas em torno das Conferências Regionais de Oio e de Bafatá, basta recordarmos as mudanças de estratégias em torno dos Estatutos, basta recordarmos a sórdida campanha que levaram a cabo para denigrir a minha imagem e tudo fizeram para barrar Braima Camará deste processo”.
 
Reconheci a nossa derrota em Cacheu em nome da ética, da dignidade e dos superiores interesses do PAIGC e prometi trabalhar em nome da reconciliação, da unidade e coesão do nosso Partido e fi-lo com a clara consciência de que era necessário salvaguardar os superiores interesses do país, a partir da própria estabilidade interna do Partido e também do discurso à unidade e a reconciliação que escutámos, mas posteriormente e de forma gradual, estamos a verificar que tudo o que escreveram, tudo o que falaram, estão sendo clara e lamentavelmente contrárias as intenções manifestadas” afirmaria Braima Camará na sua intervenção.

Para Braima Camará, “tudo aquilo que estiver dentro da nossa razão, não abdicaremos de lutar pelos nossos direitos” e numa clara alusão a forma como foi elaborada a lista dos membros dos órgãos estatutários, o Comité Central e o Bureau Político, demonstraram de forma clara que os Estatutos e o próprio Regulamento Eleitoral elaborado à luz dos anteprojetos de Estatutos chumbados pelo Congresso de Cacheu não foram minimamente respeitados e os meus apoiantes foram de forma clara e deliberada afastados destes órgãos, com a agravante de uma grande maioria deles serem até Presidentes de Comissões Políticas de Zona ou Sectoriais

Vamos agora aguardar pela lista dos Deputados, pela composição do Secretariado, para vermos se continua esta estratégia, que só visa acentuar a divisão e instabilidade no seio do PAIGC, pois para nós, a hora deveria ser de reconciliação e de tolerância e fazer o contrário é somente revanchismo, contra todos os que de uma maneira ou outra nos apoiaram num projecto de que estamos profundamente orgulhosos porque conseguimos, quer queiram ou não, um projecto verdadeiramente a altura de salvar o PAIGC” diria ainda Braima Camará, para logo a seguir afirmar que “a Aliança que levou todos os potenciais concorrentes a lutarem contra o nosso Projecto, não passa de uma mescla de projectos sem rumo e que se reflecte na própria composição dos órgãos estatutários saídos do VIII Congresso Ordinário de Cacheu”.

 
Apesar de partilhar os mesmos sentimentos convosco, quero aqui lançar um apelo aos camaradas José Carlos, Seco Coté, Djana Sane no sentido de todos nós mantermo-nos no mesmo barco e dentro dele lutarmos por um PAIGC que defendemos e sonhamos” diria Braima Camará para na linha da sua intervenção, afirmar que “temos que continuar a dar uma lição de maturidade, de coerência e coragem política em nome dos euperiores valores que defendemos e que o nosso Projecto defendeu em nome dos superiores interesses do PAIGC, pois a nossa força é permanecermos juntos e lutarmos juntos em prol de um PAIGC unido e forte”.

 A terminar, Braima Camará, sustentaria que “o nosso Projecto de Liderança Democrática e Inclusiva transformou-se num modelo político que não deve morrer”.

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