Com a
presença de todos os órgãos de comunicação social que operam no país, à
excepção da RTP África que segundo informações que prestaram ao projecto, só
cobrem os actos de lançamento de candidaturas, mas com a presença da
Radiodifusão Nacional (RDN) e da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) cuja
reaparição para proceder a cobertura dos actos relacionados com o Projecto “por
uma liderança democrática e inclusiva”, foi vivamente saudada e considerada
como um regresso saudável e benéfico para a democracia guineense, a Sala de
Conferências “Amílcar Cabral” estava completamente repleto por uma assistência
constituída por dirigentes, deputados e militantes do PAIGC ligados a esta
candidatura.
Hoje
apresentaremos, na íntegra a conferência de imprensa, onde todas as questões,
mesmo as consideradas como tabus, foram colocadas em cima da mesa e obtiveram
as respostas e os esclarecimentos solicitados.
Em
primeiro lugar quero agradecer e saudar todos os dirigentes do Partido aqui
presentes, bem como os Combatentes da Liberdade da Pátria, as mulheres e jovens
da UDEMU e da JAAC e também do CONQUATSA e igualmente os simpatizantes do
PAIGC, amigos e camaradas do Projecto “por uma liderança democrática e
inclusiva”.
Permitam-me um agradecimento
particular para o homem que contribui para que fosse aquilo que eu sou hoje.
Este homem foi um irmão do meu pai mas também um símbolo da “guineendade” que
está aqui presente entre nós, acabado de regressar de Lisboa e que juntamente
com o meu pai viveram momentos difíceis e complicados na vida mas sempre
souberam compreender as divergências e convergências da vida, sempre tiveram um
espírito congregador e de união no seio da família. Refiro-me ao Senhor Dundo
Fernandes, cuja presença saúdo.
Permitam-me ainda um agradecimento
especial à Imprensa Nacional aqui massivamente representada por vários órgãos
de comunicação que responderam de forma positiva ao Convite do nosso
projecto para uma ampla cobertura da conferência de imprensa do Projecto por
uma Liderança Democrática e Inclusiva. Ainda um agradecimento com uma dose de
surpresa porque vejo uma camara e não sei é da TGB ou se é uma camara privada?
É Nacional então já fizemos as pazes? Se sim então na verdade a Democracia está
erguida! Apelo à imprensa a partir de hoje que dêem a igualdade de
oportunidades ao povo da Guine Bissau para poderem escutar, ver e acompanhar
todos os candidatos porque somos todos filhos da Guiné.
Isso
é muito importante porque haverá igualdade de tratamento e de oportunidade para
poder por o serviço público à disposição do povo guineense.
Muito obrigado à Televisão, pois mais
vale tarde do que nunca.
Nós estamos aqui para dar esta
conferência de imprensa porque pensamos que cada assunto tem a sua hora e o seu
fórum próprios. Se os assuntos se forem tratados antes da hora certa e do
momento exacto poderão frustrar as expectativas.
Por isso achamos que depois das
auscultações e da troca de ideias com os dirigentes do nosso Partido, com os
Combatentes da Liberdade da Pátria, Veteranos, Juventude, Quadros, UDEMU,
Dirigentes do PAIGC e da sociedade civil e após uma profunda reflexão chegamos
a uma conclusão de que deveríamos chamar os Camaradas que acreditam e têm
esperança neste projecto para lhes informar de todos os passos que vamos dar
para que não constituam surpresa para vocês.
Foi nessa base de que vos chamamos
aqui hoje para vos reafirmar que a nossa candidatura é feita com convicção, com
diálogo, é acima uma candidatura para um exercício democrático e de cidadania
que busca promover a reconciliação e o entendimento dentro do PAIGC. Por esses
valores e imperativos vos chamamos hoje para vos dizer que a nossa candidatura
por uma Liderança Democrática e Inclusiva é uma decisão irreversível e
determinada até à vitória final.
Estamos convictos de que podemos
ajudar a promover o diálogo assim como ajudar a construir a Guiné-Bissau,
porque temos a convicção do que queremos e do rumo que este País deve seguir.
De
há uns quinze dias para cá não temos dormido sossegados porque as pessoas não
nos deixavam pelas suas inquietações, dúvidas e interrogações sobre a firmeza
da nossa candidatura porque circulavam rumores de que haviam exigido a
desistência da nossa Candidatura, por isso entendemos por bem que temos uma
obrigação, dever moral e político, um compromisso convosco, com a imprensa e
com a sociedade em geral, para darmos uma satisfação de que este projecto vai
para a Liderança do PAIGC e contamos com todas pessoas para resolvermos os
problemas do PAIGC e consequentemente da Guiné-Bissau.
O
País está confrontado neste momento com vários desafios. O PAIGC confronta-se
também com vários desafios, mas só com elevada responsabilidade é que podemos
confrontar e resolvê-los no quadro de uma boa organização política, de um
diálogo sério e franco e de uma gestão democrática.
Aproveitamos
a ocasião para agradecer à Direcção Superior do Partido, aos nossos Veteranos
do Partido e a todos os camaradas em geral por terem aguentado com muito
sacrifício os problemas com que o PAIGC se depara desde 12 de Abril de 2012 até
hoje.
O
PAIGC está cada vez mais firme, por isso mesmo nós queremos confirmar a nossa
total disponibilidade em tudo fazer para ajudar a Direcção Superior do Partido
na busca de soluções para que efectivamente o Congresso seja uma realidade e
que possa ter lugar.
Reafirmo
ainda que queremos ser parte da solução e de entendimento nos demais problemas
do PAIGC no quadro do diálogo, espaços de concertação junto dos Combatentes da
Liberdade da Pátria, Veteranos e extensivo a todos os Camaradas que haviam sido
suspensos e cujas suspensões neste momento foram levantadas.
A
todos apelamos para que regressem ao Partido e se reintegrem nos respectivos
órgãos do Partido para podermos em conjunto com a Direcção Superior promover a
realização da Reunião do Comité Central, num ambiente de diálogo e entendimento
(uma vez que a roupa suja lava-se em casa) para que definitivamente possamos
ultrapassar todas a divergências e promover a verdadeira reconciliação no seio
do Partido rumo ao Congresso com base na igualdade de oportunidades, liberdade
de exercício político, transparência.
Em
reconhecimento dessa transparência cuja falta tanto tem prejudicado o Partido,
apelamos que no próximo Congresso haja uma única urna e um único boletim de
voto e que todos os camaradas se unam em torno daquele que vencer a Liderança
do Partido respeitando o veredicto das urnas, isso sim é a Democracia.
O
posicionamento do Projecto por uma Liderança Democrática e Inclusiva que tenho a
humildade de liderar é apenas para ajudar na busca de soluções, promovendo a
inclusão e o diálogo, para isso contamos com todos os camaradas em particular
os Veteranos e Combatentes da Liberdade da Pátria aos quais garantimos que
terão um tratamento condigno dentro do partido após a nossa vitória. O nosso
Projecto entende que todos juntos ainda somos poucos para resolver os problemas
com que a Guiné-Bissau se depara por isso mesmo é que nós quando ganharmos o
Congresso não falaremos da lista A ou lista B, os que apoiaram fulano ou os que
apoiaram beltrano. Vamos promover a união entre os camaradas e haverá espaço
para todos os que quiserem caminhar connosco de mãos dadas, para podermos
responder às principais questões que o nosso povo pretende ouvir e os resultados
que pretendemos obter.
Somos
defensores de um debate público para que o povo possa avaliar os projectos dos
Candidatos para poderem saber cada um de onde veio? Onde está? Para onde quer
ir? Com quem vai e como vai fazer? Porque sem debate de ideias não podemos
falar da democracia e nós no nosso projecto estamos disponíveis para participar
num debate público, aberto a todos os Candidatos. Por isso mesmo é que
agradecemos profundamente ao retorno a normalidade da imprensa pública que
finalmente voltou a acompanhar a candidaturas à liderança do PAIGC.
Os
Candidatos não podem deixar de responder às principais questões que preocupam
os Militantes como a que se refere à coesão interna dentro do PAIGC, à
reconciliação, à realização das reuniões dos órgãos, para criarmos as condições
para resolver de vez esses problemas.
O
país está a ser confrontado com grandes desafios e nós somos apologistas do
estabelecimento de uma agenda que se coadune com as exigências internacionais,
estamos atentos e acompanhamos a Direcção Superior do Partido na implementação
dessas exigências que passa precisamente pela formação de um Governo inclusivo
que conte com todas as pessoas, uma vez que para nós não há nada mais
importante do que o regresso a normalidade constitucional e para chegarmos a
esse quadro existem algumas exigências a serem cumpridas. No nosso projecto
estamos disponíveis para ajudar a Direcção Superior do Partido no quadro de um
dialogo franco, com humildade e tolerância pensamos que devemos contar com
todos os Camaradas todos são importantes e são filhos da Guiné porque é chegado
o momento, em a que, a Guiné – Bissau não pode enveredar pela exclusão de
partes. Se quiserem enveredar para a Inclusão, então podem contar com o nosso
projecto para que, em conjunto, possamos mostrar ao mundo de que estamos
dispostos a aceitar e aproveitar os apoios e o acompanhamento que a comunidade
Internacional mais de nunca disponibilizaram para assistir a Guiné-Bissau,
ajudando – a ultrapassar esta situação difícil e seguir a sua senda rumo ao
desenvolvimento. Portanto, estamos aqui hoje também para vos dizer que
depois de realizado o périplo de auscultação a nível nacional, é chegado o
momento de nos deslocarmos para o exterior do país a fim de fazermos a
divulgação do nosso projecto e auscultarmos os nossos irmãos que se encontram
na Diáspora. Se Deus quiser partiremos hoje para Lisboa e tudo faremos para
visitarmos a Inglaterra e se possível a França e Espanha, onde, à semelhança do
que fizemos internamente, mostrarmos a nossa total abertura para recolher as
opiniões de todas as franjas da nossa sociedade. Antecipando, colocámos a nossa
Moção de Estratégia no nosso blog (www.braimacamara.blogspot.com) para que cada filho da Guiné, quadro,
trabalhador, cidadão anónimo, onde quer que esteja possa dar a sua contribuição
e sugestão.
Pretendemo-nos
reunir com a célula do Partido em Lisboa para informar aos nossos concidadãos
todos os passos e todas as informações que também vos transmitimos qual a nossa
situação de momento, quais os percalços que existem, porque tinham dito que a
data da realização do Congresso seria em Maio do corrente ano mas
lamentavelmente mesmo que quiséssemos realiza-lo no mês de Maio é tecnicamente
e politicamente impossível. Porém, estamos satisfeitos com as informações
que recebemos de que mesmo debaixo das chuvas o Congresso será realizado, o que
prova que a Direcção Superior do Partido está determinada para que o Congresso
se realize o mais rapidamente possível. Mais uma vez reafirmamos a nossa total
disponibilidade em ajudar a Direcção Superior do Partido em todos aspectos
tanto materiais, financeiros e políticos para criarmos as condições que
possibilitem que a realização do Congresso seja uma realidade. Portanto em
resumo são essas as informações que gostaríamos de partilhar convosco com todos
os camaradas para reafirmamos a nossa Candidatura e passar-vos a informação de
que temos a necessidade de deslocar para efectuarmos contactos com a diáspora,
com os militantes do Partido no exterior.
Desde
já colocamo-nos à disposição da imprensa porque não é por acaso que a imprensa
é chamada o quarto poder num país, mas é devido ao facto dela desempenhar um
grande papel na divulgação da informação daí que os seus profissionais devem
sempre informar com grande sentido de responsabilidade e profissionalismo.
Estamos disponíveis para responder a toda e qualquer questão que for do
interesse da imprensa, mas todas as questões sem tabu, sem reservas e sem
rodeios, porque quando se quer estar à frente do PAIGC as pessoas, os teus
camaradas têm que te conhecer.
A
partir do dia em que decidi a aceitar este desafio que me propuseram foi nesse
dia que expus a minha vida na esfera pública, e foi a partir desse dia que a
minha vida se tornou num livro aberto onde cada um é livre e pode comprar a
minha vida e lê-la da forma que entender.
Não
tenho tabus, comigo não existirão questões que podem ser feitas e outras que
não, por isso mesmo quando se quer assumir funções dentro do Partido há-que ser
transparente porque o PAIGC é um partido com fortes probabilidades de liderar o
país e o seu líder deve estar disponível para que a sua vida possa ser
vasculhada de A a Z. Por isso mesmo que quando afirmamos que se ganharmos o
PAIGC haverá modernidade é porque a modernização começa precisamente nos
detalhes como falar a verdade sem tabu mas com elevado sentido de responsabilidade
exercendo a democracia, chamando as coisas pelo próprio nome. Bem
hajam e muito obrigado.
QUESTÕES
COLOCADAS PELOS JORNALISTAS
- COMO É QUE O CANDIDATO REAGE AO ADIAMENTO DO CONGRESSO DO PAIGC?
- NO PERCURSO DA DIVULGAÇAO DA SUA CANDIDATURA, NÃO TERÁ SIDO CONTACTADO POR OUTROS CANDIDATOS PARA UMA POSSÍVEL COLIGAÇÃO OU FRENTE COMUM, UMA VEZ QUE CERTOS COMENTADORES CONSIDERAM QUE COM A PLORIFERAÇÃO DE CANDIDATURAS O PAIGC CORRE O RISCO DE SAIR MAIS DIVIDIDO?
- COMO É QUE REAGE À ACTUAL SITUAÇÃO DO PAÍS À LUZ DAS EXIGÊNCIAS DA COMUNIDADE INTERNACIONAL, AO ADIAMENTO DO CONGRESSO E À CRIAÇÃO DE UM NOVO GOVERNO?
Adicionar legenda |
Disse há momentos durante a minha
intervenção de que vamos contar com todos os camaradas, todos os candidatos sem
excepção porque todos somos dirigentes, camaradas e militantes do PAIGC, não
iremos excluir ninguém.
Relativamente à questão do
Congresso é um assunto com o qual nos preocupamos todos mas estamos a
acompanhar com muita calma, sentido de responsabilidade, a Direcção Superior do
Partido (DSP) onde iremos buscar soluções que nos poderão ajudar, uma vez que a
DSP tem vontade, deu garantias e demonstrou interesse em tudo fazer para poder
realizar o Congresso mesmo que tenha de ser debaixo da chuva. É por isso que
nos disponibilizamos pondo a nossa experiencia ao serviço da DSP para que leve
a cabo o Congresso para podermos legitimar os órgãos do Partido e estarmos na
altura de ir para o embate político que são as próximas eleições gerais na
Guiné-Bissau.
Relativamente à questão colocada
pelo jornalista da RDP, quanto ao posicionamento do nosso Projecto por uma
Liderança Democrática e Inclusiva face à questão da formação de um governo
inclusivo, nós somos da opinião de que os problemas da Guiné requerem grandes consensos,
e os grandes consensos só se conseguem através do diálogo profundo, aberto e
sincero.
A nosso ver achamos que as
pessoas devem continuar a dialogar incessantemente e nós estamos a acompanhar
atentamente a DSP na busca dessas soluções e a partir daqui aproveitamos para
lançar um apelo no sentido de priorizarmos o diálogo e contarmos com todos os
guineenses, todos os quadros estejam onde estiverem, na diáspora, aqui ou num
dos partidos porque o momento exige e impõem grande entendimento na base negocial,
com humildade e tolerância, pondo sempre em primeiro plano a Guiné-Bissau que é
o nosso bem comum.
Quanto ao adiamento do Congresso
estamos a trabalhar nesse sentido, falou-se de Maio e nós achamos que
tecnicamente é difícil que se realize ainda este mês, mas na nossa vida temos
sido sempre optimistas e estou plenamente convencido de que a breve trecho terá
lugar se não for no mês de Maio e se acontecer no mês de Junho aguardamo-lo.
- COMO É QUE A VOSSA CANDIDATURA REAGE AO ASSUNTOS LIGADOS À REVISÃO DOS ESTATUTOS DO PAIGC UMA VEZ QUE SE PRETENDE A EXISTÊNCIA DE APENAS DE UM CANDIDATO, NESSE CASO DE UM VETERANO QUE NÃO IRÁ OCUPAR CARGOS PÚBLICOS? (Lusa/RFI)
- COMO REAGE ÀS QUESTÕES LIGADAS À SUA VIDA EMPRESARIAL, POR EXEMPLO DIZ-SE QUE O HOTEL MALAIKA DEVE IMPOSTOS. ESCLARAÇA-NOS ESTAS QUESTÕES.
BC: - Devo dizer ao
jornalista Mussá Baldé de que nós somos fruto do PAIGC, praticamente nascemos
dentro dele. Assistimos a diferentes momentos do PAIGC, mas a nossa afirmação
foi num quadro democrático e a Democracia tem apenas um sentido, a expressão
das urnas. O nosso projecto em toda a digressão que fizemos, fizemo-lo
consubstanciado no quadro dos Estatutos vigentes no Partido. Os Estatutos
actuais dizem que o Presidente do PAIGC será cabeça de lista do Partido para as
eleições e em caso de vitória nas eleições legislativas automaticamente assume
o cargo de Primeiro-ministro ou seja do Chefe do Governo. Enquanto o órgão
deliberativo não alterar este estado de coisas nós temos a convicção de que nos
candidatamos à liderança do Partido PAIGC e qualquer candidato que sair
vencedor neste quadro, serão o líder do PAIGC e será o cabeça de lista nas
próximas eleições gerais, mas estamos abertos uma vez que a vida é feita de
mudanças permanentes, o Mundo está em velocidade cruzeiro em termos de
evolução, mutações e mudanças, e se a maioria entender que o Presidente do
Partido deve ser um veterano do PAIGC e o líder deve ser Secretário-geral que
irá encabeçar a lista para as próximas eleições gerais dependerá das conclusões
que os Congressistas chegarem.
Mas uma coisa é certa, não se
pode chegar à frente do povo e dizer que “vais pagar os salários, construir
estradas, escolas ou modernizar o país ou fazer reformas na administração
pública, defesa e segurança, justiça e não apresentar quem será o interlocutor,
cabeça de lista ou chefe de governo…. Ele amanhã é que será julgado por isso
mesmo é que queremos que as pessoas ponham as cartas em cima da mesa para
conversarmos abertamente.
Relativamente à questão das
minhas empresas, estou muito satisfeito por me ter colocado esta questão,
porque a minha humildade faz com que nunca me auto-elogie. Mas nesse caso sou
obrigado a falar e a revelar toda a verdade sobre esses assuntos. Por isso
mesmo que desafio toda a imprensa aqui, em Portugal, em Londres ou em qualquer
parte porque afirmei que pretendo fazer política e coloquem-me todas a s
questões que ainda não tenham feito a nenhum candidato no Mundo.
Autorizo que procurem em todas as
Embaixadas informações sobre a minha pessoa. Dou-vos uma carta-branca e se
houver qualquer indício, qualquer mancha sobre os meus registos pessoais
ponham-no praça pública que retirarei a minha candidatura.
Por outro lado desafio a todos
porque tenho um defeito por me chamar Braima Camará, nome comum em muitos
africanos porque sou Bá Quecutó outro nome que pertence a muitos africanos. A
título de exemplo ainda há poucos dias a minha mãe veio à minha casa muito
preocupada, aflita e, mal conseguia falar. Perguntei-lhe o que se estava a
passar e o porquê de tanta aflição? Ela respondeu-me que alguém lhe tinha dito
que eu havia sido detido e levado pelos americanos. Eu disse à minha mãe que se
tranquilizasse e sofresse porque iria ouvir coisas piores e perguntei-lhe ainda
porque é que tinha posto esse nome. Se me tivesse chamado de Joaquim, António,
Embana ou Mamadú talvez fosse diferente. Em relação à empresa Malaica de
certeza já vos foi dito de que o Hotel iria ser encerrado devido à fuga ao
fisco. Mas eu desafiei essas pessoas e disse-lhes que “quando devo pago”, e a
minha vida de empresário é feita da contracção de dívidas e do seu respectivo
pagamento. Mas peço-vos que se desloquem à Direcção Geral das Contribuições e
Impostos e inquiram se tenho alguma dívida para com o Estado, e caso constatem
ou comprovem alguma dívida minha publiquem-na nesses Blogs como aquele que me
faz ataques, calúnias e difamações.
Na Direcção Geral das Alfândegas
(DGA), não tenho nenhuma dívida. Fui sempre um “Salvador da Pátria” perante
essa instituição. Hoje não estou a fazer campanha e a propósito “quanto é que
custa um quilo da castanha de cajú”? Os sucessivos governos sempre me pediram
ajuda, uns hoje são candidatos. Eu era o único guineense que operava com os
indianos e no ano 2000 pediram-me que levasse alguns empresários à India.
Levei-os lá e abri o mercado indiano aos empresários guineenses. Se no país
tivermos Paz e Estabilidade em cada mês a facturação do Hotel Malaika é de
cerca de 90.000.000.FCFa (noventa milhões de francos cfa). Imaginem que vou
dever 600.000 FCFA (seiscentos mil francos CFA) ou 15.000.000 (quinze milhões
de francos CFA) e não ter meios para os pagar? Não faz sentido. Tenho dívida
sim com o Estado Guineense que deve ao Malaika cerca de 98.000.000 FCFA
(noventa e oito milhões de francos cfa) que até hoje não nos pagaram alegando
que devido à mudança de Governo não vão pagar nenhuma dívida do Governo
anterior. Mas até pergunto? Na minha actividade profissional fazer empréstimo é
crime? Porque a nós empresários sérios emprestam-nos dinheiro.
Como acabaram de ver no vídeo
exibido há instantes fui Condecorado. As pessoas que me condecoraram não são
guineenses. Se houver mais de dois empresários guineenses com investimentos
superiores ao do Grupo Malaika, feitos após a independência por favor digam-me
quem são.
Este lugar onde foi erguido o
Hotel Malaika era um autêntico Pantanal e os blocos foram retirados aqui mesmo
ao lado, e fazíamo-lo manualmente um a um. Conseguimos edifica-lo com o apoio
de alguns amigos e camaradas. Portanto como havia dito a nossa vida é um livro
aberto, estamos completamente à vontade. Vocês viram as condecorações feitas
pelos franceses, mas durante todo o nosso trabalho na Guiné-Bissau alguma vez
viram o nosso Governo a reconhecer o meu esforço e espírito patriótico? Nenhum
Governo me condecorou, mas Deus fez a justiça, como diz o provérbio: “Baca
ku ka tem rabo Deus ku ta banal”. O Governo após termos arrecadado mais de
cinco biliões de francos cfa nas contribuições do FUNPI, no ano passado este
Governo entendeu que havia pouca circulação de dinheiro no mercado e pediram
que devolvesse o dinheiro aos empresários eu estava de viagem a Lisboa e antes
de voltar disseram que já não havia dinheiro na Conta porque o Braima Camará
desviou o dinheiro quando voltei mandei autorizar para que o dinheiro fosse
levantado e distribuído aos empresários vieram ter comigo pediram – me
desculpas e eu aceitei o pedido de desculpas deles.
Um outro episodio das dívidas com
a DGA que vos passo a explicar. Na altura o Ministro era o Dr. Issufo Sanhá e o
Governo resolveu fazer importação de arroz de emergência porque havia escassez
do produto no mercado. Chamaram – nos empresários com bons contactos no
exterior e pediram-nos que trouxéssemos através dos nossos contactos um barco
de arroz. O Governo abdicaria da cobrança dos impostos com o fito de podermos
abastecer o mercado e baixar os preços, porque de outro modo o governo iria ter
problemas. Chegamos a um acordo, fornecemos o arroz e não nos cobraram esses
impostos. Agora foram buscar esses documentos e estão a exibi-los acusando-me de
que devo às alfândegas.
O mesmo aconteceu a dado altura o
Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, o Ministro das Finanças, Mário Vaz e o
Ministro do Comércio, Botche Candé pediram-me que conversasse com os
empresários para que comprassem o caju o mais alto possível porque
politicamente durante a campanha haviam prometido de que os preços da castanha
iriam subir e até ao momento havia fraca compra e aos preços de setenta cinco
(75) e cem (100) francos CFA. Para essa operação o Governo não cobraria os
impostos das importações decorrentes dessa negociação e nos trouxemos mais de
quinze mil toneladas (15000ton) foram buscar esses documentos para me
difamarem, afirmando que tenho dívidas. Vou afirmar-vos categoricamente de que
não devo a ninguém e se dever tenho meios para os pagar porque os meus
investimentos são superiores as referidas acusações que me estão a fazer.
Há dias um dos conselheiros do
actual Primeiro-Ministro também veio com a mesma historia de que tinha
informações de um desfalque de um bilião e seiscentos milhões de francos CFA e
também me ligaram da CCIAS a perguntar – me do sucedido. Fui ao Banco, pedi os
extractos da conta o qual tenho toda liberdade de vos facultar, aliás, de vos
oferecer, para que façam o bom uso dessas informações. Serve para esclarecer todas as dúvidas que pudessem ter
a respeito do FUNPI.
- DEVIDO ASPROPOSTAS DO ANTE PROJETO DE ESTATUTOS QUE SO SERA PERMITIDO A CANDIDATUTA DE UM MEMBRO COM MAIS DE QUINZE ANOS DE MILITANCIA E ESSE TEMA SERA DISCUTIDO ANTES OU DEPOIS DO CONGRESSO? NÃO EXISTE O RISCO DA SUA CANDIDATURA SE ESBARAR NESTAS PROPOSTAS?
BC: - Quero dizer –
lhe que não tenho quinze (15) anos de militância no PAIGC mas quarenta e cinco
(45) anos porque nasci no PAIGC e sendo filho de um Combatente da Liberdade da
Pátria. Este Senhor que aqui está foi deputado do RGB (Dundo Fernandes) e sabe
qual era a ideologia que defendiam em Geba ainda antes de eu ter nascido.
Existem muitas pessoas que conheceram o meu Pai e, como sabe, admiro muito que
considerem pioneiros só aqueles que tenham jurado a bandeira aqui em Bissau na
sede Nacional. Tenho pena que assim seja porque se calhar as nossas cidades do
interior como Bafatá, Geba, Gã Mamudo pertencem a províncias de Angola, não são
Guiné-Bissau. Ou será que sendo habitante dessas
localidades teria de me deslocar a Bissau para poder ter igualdade de
tratamento de um Pioneiro.
Eu vim para Bissau no dia 23 de
Novembro de 1980 porque não podia deixar a lavoura para vir para Bissau e sem
concluir o meu percurso escolar. O meu Pai é que definia os princípios e os
valores morais, éticos e sociais dentro da nossa casa, e foi nesse quadro que
ele me autorizou vir para Bissau só após o golpe de 14 de Novembro 1980, depois
de concluídos os meus estudos em Bafatá. Posto isto o que pretendo agora é
saber se há pessoas com mais anos de militância do que eu. As pessoas querem é
mudar as regras do jogo em pleno jogo. Não existe este principio nos estatutos
vigentes e por isso posso afirmar – lhe que sou Candidato à liderança do
Partido e que, se Deus quiser, serei o vencedor do próximo Congresso. O
Congresso é soberano sobre esta matéria só dois terço dos votos dos delegados
poderá alterar esta disposição estatutária.
- INDERETAMENTE UM DOS CANDIDATOS ADVERSÁRIO QUIS DIZER DE QUE SE FOR ELEITO VENCEDOR DO CONGRESSO DO PAIGC ESTE CORRERÁ O RISCO DE SER RAPTADO PELOS AMERICANOS COMO REAGE A ESSA QUESTÃO?
BC: - Vocês estão
achar piada mas eu não e esta questão é muito pertinente. O que gostaria de
dizer aos jornalistas é o seguinte: relativamente a esta matéria estou
completamente à vontade e sossegado. Por exemplo, caso me queiram apanhar
estarei hoje no aeroporto da Portela então terão esta oportunidade. Caso
regresse a Bissau saberão que o que esse Candidato está a divulgar não tem
sentido e não é verdade. Caso não regresse ao País saberão que afinal é verdade
o que está por aí a dizer. Não passam de calúnias e de jogo sujo impróprio
entre Camaradas. (x)
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