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terça-feira, 21 de maio de 2013

Na íntegra a conferencia de imprensa dada pelo líder do Projecto "por uma liderança democrática e inclusiva" aos órgãos nacionais e internacionais no passado dia 10 de Maio no Salão de Conferências "Amílcar Cabral" do Hotel Malaika



Com a presença de todos os órgãos de comunicação social que operam no país, à excepção da RTP África que segundo informações que prestaram ao projecto, só cobrem os actos de lançamento de candidaturas, mas com a presença da Radiodifusão Nacional (RDN) e da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) cuja reaparição para proceder a cobertura dos actos relacionados com o Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva”, foi vivamente saudada e considerada como um regresso saudável e benéfico para a democracia guineense, a Sala de Conferências “Amílcar Cabral” estava completamente repleto por uma assistência constituída por dirigentes, deputados e militantes do PAIGC ligados a esta candidatura.


Hoje apresentaremos, na íntegra a conferência de imprensa, onde todas as questões, mesmo as consideradas como tabus, foram colocadas em cima da mesa e obtiveram as respostas e os esclarecimentos solicitados. 

Em primeiro lugar quero agradecer e saudar todos os dirigentes do Partido aqui presentes, bem como os Combatentes da Liberdade da Pátria, as mulheres e jovens da UDEMU e da JAAC e também do CONQUATSA e igualmente os simpatizantes do PAIGC, amigos e camaradas do Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva”.


Permitam-me um agradecimento particular para o homem que contribui para que fosse aquilo que eu sou hoje. Este homem foi um irmão do meu pai mas também um símbolo da “guineendade” que está aqui presente entre nós, acabado de regressar de Lisboa e que juntamente com o meu pai viveram momentos difíceis e complicados na vida mas sempre souberam compreender as divergências e convergências da vida, sempre tiveram um espírito congregador e de união no seio da família. Refiro-me ao Senhor Dundo Fernandes, cuja presença saúdo.

Permitam-me ainda um agradecimento especial à Imprensa Nacional aqui massivamente representada por vários órgãos de comunicação que responderam de forma positiva ao Convite do nosso projecto para uma ampla cobertura da conferência de imprensa do Projecto por uma Liderança Democrática e Inclusiva. Ainda um agradecimento com uma dose de surpresa porque vejo uma camara e não sei é da TGB ou se é uma camara privada? É Nacional então já fizemos as pazes? Se sim então na verdade a Democracia está erguida! Apelo à imprensa a partir de hoje que dêem a igualdade de oportunidades ao povo da Guine Bissau para poderem escutar, ver e acompanhar todos os candidatos porque somos todos filhos da Guiné.


Isso é muito importante porque haverá igualdade de tratamento e de oportunidade para poder por o serviço público à disposição do povo guineense.
Muito obrigado à Televisão, pois mais vale tarde do que nunca.
Nós estamos aqui para dar esta conferência de imprensa porque pensamos que cada assunto tem a sua hora e o seu fórum próprios. Se os assuntos se forem tratados antes da hora certa e do momento exacto poderão frustrar as expectativas. 

Por isso achamos que depois das auscultações e da troca de ideias com os dirigentes do nosso Partido, com os Combatentes da Liberdade da Pátria, Veteranos, Juventude, Quadros, UDEMU, Dirigentes do PAIGC e da sociedade civil e após uma profunda reflexão chegamos a uma conclusão de que deveríamos chamar os Camaradas que acreditam e têm esperança neste projecto para lhes informar de todos os passos que vamos dar para que não constituam surpresa para vocês. 

Foi nessa base de que vos chamamos aqui hoje para vos reafirmar que a nossa candidatura é feita com convicção, com diálogo, é acima uma candidatura para um exercício democrático e de cidadania que busca promover a reconciliação e o entendimento dentro do PAIGC. Por esses valores e imperativos vos chamamos hoje para vos dizer que a nossa candidatura por uma Liderança Democrática e Inclusiva é uma decisão irreversível e determinada até à vitória final.

Estamos convictos de que podemos ajudar a promover o diálogo assim como ajudar a construir a Guiné-Bissau, porque temos a convicção do que queremos e do rumo que este País deve seguir.

 De há uns quinze dias para cá não temos dormido sossegados porque as pessoas não nos deixavam pelas suas inquietações, dúvidas e interrogações sobre a firmeza da nossa candidatura porque circulavam rumores de que haviam exigido a desistência da nossa Candidatura, por isso entendemos por bem que temos uma obrigação, dever moral e político, um compromisso convosco, com a imprensa e com a sociedade em geral, para darmos uma satisfação de que este projecto vai para a Liderança do PAIGC e contamos com todas pessoas para resolvermos os problemas do PAIGC e consequentemente da Guiné-Bissau.

O País está confrontado neste momento com vários desafios. O PAIGC confronta-se também com vários desafios, mas só com elevada responsabilidade é que podemos confrontar e resolvê-los no quadro de uma boa organização política, de um diálogo sério e franco e de uma gestão democrática.

Aproveitamos a ocasião para agradecer à Direcção Superior do Partido, aos nossos Veteranos do Partido e a todos os camaradas em geral por terem aguentado com muito sacrifício os problemas com que o PAIGC se depara desde 12 de Abril de 2012 até hoje.
O PAIGC está cada vez mais firme, por isso mesmo nós queremos confirmar a nossa total disponibilidade em tudo fazer para ajudar a Direcção Superior do Partido na busca de soluções para que efectivamente o Congresso seja uma realidade e que possa ter lugar.

Reafirmo ainda que queremos ser parte da solução e de entendimento nos demais problemas do PAIGC no quadro do diálogo, espaços de concertação junto dos Combatentes da Liberdade da Pátria, Veteranos e extensivo a todos os Camaradas que haviam sido suspensos e cujas suspensões neste momento foram levantadas. 

A todos apelamos para que regressem ao Partido e se reintegrem nos respectivos órgãos do Partido para podermos em conjunto com a Direcção Superior promover a realização da Reunião do Comité Central, num ambiente de diálogo e entendimento (uma vez que a roupa suja lava-se em casa) para que definitivamente possamos ultrapassar todas a divergências e promover a verdadeira reconciliação no seio do Partido rumo ao Congresso com base na igualdade de oportunidades, liberdade de exercício político, transparência.
Em reconhecimento dessa transparência cuja falta tanto tem prejudicado o Partido, apelamos que no próximo Congresso haja uma única urna e um único boletim de voto e que todos os camaradas se unam em torno daquele que vencer a Liderança do Partido respeitando o veredicto das urnas, isso sim é a Democracia.

O posicionamento do Projecto por uma Liderança Democrática e Inclusiva que tenho a humildade de liderar é apenas para ajudar na busca de soluções, promovendo a inclusão e o diálogo, para isso contamos com todos os camaradas em particular os Veteranos e Combatentes da Liberdade da Pátria aos quais garantimos que terão um tratamento condigno dentro do partido após a nossa vitória. O nosso Projecto entende que todos juntos ainda somos poucos para resolver os problemas com que a Guiné-Bissau se depara por isso mesmo é que nós quando ganharmos o Congresso não falaremos da lista A ou lista B, os que apoiaram fulano ou os que apoiaram beltrano. Vamos promover a união entre os camaradas e haverá espaço para todos os que quiserem caminhar connosco de mãos dadas, para podermos responder às principais questões que o nosso povo pretende ouvir e os resultados que pretendemos obter.

Somos defensores de um debate público para que o povo possa avaliar os projectos dos Candidatos para poderem saber cada um de onde veio? Onde está? Para onde quer ir? Com quem vai e como vai fazer? Porque sem debate de ideias não podemos falar da democracia e nós no nosso projecto estamos disponíveis para participar num debate público, aberto a todos os Candidatos. Por isso mesmo é que agradecemos profundamente ao retorno a normalidade da imprensa pública que finalmente voltou a acompanhar a candidaturas à liderança do PAIGC.

Os Candidatos não podem deixar de responder às principais questões que preocupam os Militantes como a que se refere à coesão interna dentro do PAIGC, à reconciliação, à realização das reuniões dos órgãos, para criarmos as condições para resolver de vez esses problemas.

O país está a ser confrontado com grandes desafios e nós somos apologistas do estabelecimento de uma agenda que se coadune com as exigências internacionais, estamos atentos e acompanhamos a Direcção Superior do Partido na implementação dessas exigências que passa precisamente pela formação de um Governo inclusivo que conte com todas as pessoas, uma vez que para nós não há nada mais importante do que o regresso a normalidade constitucional e para chegarmos a esse quadro existem algumas exigências a serem cumpridas. No nosso projecto estamos disponíveis para ajudar a Direcção Superior do Partido no quadro de um dialogo franco, com humildade e tolerância pensamos que devemos contar com todos os Camaradas todos são importantes e são filhos da Guiné porque é chegado o momento, em a que, a Guiné – Bissau não pode enveredar pela exclusão de partes. Se quiserem enveredar para a Inclusão, então podem contar com o nosso projecto para que, em conjunto, possamos mostrar ao mundo de que estamos  dispostos a aceitar e aproveitar os apoios e o acompanhamento que a comunidade Internacional mais de nunca disponibilizaram para assistir a Guiné-Bissau, ajudando – a ultrapassar esta situação difícil e seguir a sua senda rumo ao desenvolvimento. Portanto, estamos aqui hoje também para vos dizer que depois de realizado o périplo de auscultação a nível nacional, é chegado o momento de nos deslocarmos para o exterior do país a fim de fazermos a divulgação do nosso projecto e auscultarmos os nossos irmãos que se encontram na Diáspora. Se Deus quiser partiremos hoje para Lisboa e tudo faremos para visitarmos a Inglaterra e se possível a França e Espanha, onde, à semelhança do que fizemos internamente, mostrarmos a nossa total abertura para recolher as opiniões de todas as franjas da nossa sociedade. Antecipando, colocámos a nossa Moção de Estratégia no nosso blog (www.braimacamara.blogspot.com)  para que cada filho da Guiné, quadro, trabalhador, cidadão anónimo, onde quer que esteja possa dar a sua contribuição e sugestão.

Pretendemo-nos reunir com a célula do Partido em Lisboa para informar aos nossos concidadãos todos os passos e todas as informações que também vos transmitimos qual a nossa situação de momento, quais os percalços que existem, porque tinham dito que a data da realização do Congresso seria em Maio do corrente ano mas lamentavelmente mesmo que quiséssemos realiza-lo no mês de Maio é tecnicamente e politicamente  impossível. Porém, estamos satisfeitos com as informações que recebemos de que mesmo debaixo das chuvas o Congresso será realizado, o que prova que a Direcção Superior do Partido está determinada para que o Congresso se realize o mais rapidamente possível. Mais uma vez reafirmamos a nossa total disponibilidade em ajudar a Direcção Superior do Partido em todos aspectos tanto materiais, financeiros e políticos para criarmos as condições que possibilitem que a realização do Congresso seja uma realidade. Portanto em resumo são essas as informações que gostaríamos de partilhar convosco com todos os camaradas para reafirmamos a nossa Candidatura e passar-vos a informação de que temos a necessidade de deslocar para efectuarmos contactos com a diáspora, com os militantes do Partido no exterior.

Desde já colocamo-nos à disposição da imprensa porque não é por acaso que a imprensa é chamada o quarto poder num país, mas é devido ao facto dela desempenhar um grande papel na divulgação da informação daí que os seus profissionais devem sempre informar com grande sentido de responsabilidade e profissionalismo. Estamos disponíveis para responder a toda e qualquer questão que for do interesse da imprensa, mas todas as questões sem tabu, sem reservas e sem rodeios, porque quando se quer estar à frente do PAIGC as pessoas, os teus camaradas têm que te conhecer.

A partir do dia em que decidi a aceitar este desafio que me propuseram foi nesse dia que expus a minha vida na esfera pública, e foi a partir desse dia que a minha vida se tornou num livro aberto onde cada um é livre e pode comprar a minha vida e lê-la da forma que entender.

Não tenho tabus, comigo não existirão questões que podem ser feitas e outras que não, por isso mesmo quando se quer assumir funções dentro do Partido há-que ser transparente porque o PAIGC é um partido com fortes probabilidades de liderar o país e o seu líder deve estar disponível para que a sua vida possa ser vasculhada de A a Z. Por isso mesmo que quando afirmamos que se ganharmos o PAIGC haverá modernidade é porque a modernização começa precisamente nos detalhes como falar a verdade sem tabu mas com elevado sentido de responsabilidade exercendo a democracia, chamando as coisas pelo próprio nome. Bem hajam e muito obrigado.

QUESTÕES COLOCADAS PELOS JORNALISTAS
  •  COMO É QUE O CANDIDATO REAGE AO ADIAMENTO DO CONGRESSO DO PAIGC?
  • NO PERCURSO DA DIVULGAÇAO DA SUA CANDIDATURA, NÃO TERÁ SIDO CONTACTADO POR OUTROS CANDIDATOS PARA UMA POSSÍVEL COLIGAÇÃO OU FRENTE COMUM, UMA VEZ QUE CERTOS COMENTADORES CONSIDERAM QUE COM A PLORIFERAÇÃO DE CANDIDATURAS O PAIGC CORRE O RISCO DE SAIR MAIS DIVIDIDO?
  • COMO É QUE REAGE À ACTUAL SITUAÇÃO DO PAÍS À LUZ DAS EXIGÊNCIAS DA COMUNIDADE INTERNACIONAL, AO ADIAMENTO DO CONGRESSO E À CRIAÇÃO DE UM NOVO GOVERNO?
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BRAIMA CAMARÁ (BC): - Vou responder à primeira questão dizendo que no meu ponto de vista a proliferação de candidaturas no seio do PAIGC demonstra apenas a vitalidade democrática dentro do partido e para dizer ainda que nós no nosso projecto cujo slogan fala por si “Liderança Democrática e Inclusiva” estamos abertos para dialogar com todos porque o que caracteriza o nosso projecto é o diálogo com humildade por isso mesmo qualquer candidato que estiver interessado e disponível para conversar connosco para pensarmos conjuntamente às estratégias que poderão salvar o PAIGC é bem-vindo e estamos de braços abertos para falarmos com todos os candidatos. Mas devo dizer que não fui contactado por nenhum candidato no sentido de fazermos uma coligação.

Disse há momentos durante a minha intervenção de que vamos contar com todos os camaradas, todos os candidatos sem excepção porque todos somos dirigentes, camaradas e militantes do PAIGC, não iremos excluir ninguém.

Relativamente à questão do Congresso é um assunto com o qual nos preocupamos todos mas estamos a acompanhar com muita calma, sentido de responsabilidade, a Direcção Superior do Partido (DSP) onde iremos buscar soluções que nos poderão ajudar, uma vez que a DSP tem vontade, deu garantias e demonstrou interesse em tudo fazer para poder realizar o Congresso mesmo que tenha de ser debaixo da chuva. É por isso que nos disponibilizamos pondo a nossa experiencia ao serviço da DSP para que leve a cabo o Congresso para podermos legitimar os órgãos do Partido e estarmos na altura de ir para o embate político que são as próximas eleições gerais na Guiné-Bissau.
Relativamente à questão colocada pelo jornalista da RDP, quanto ao posicionamento do nosso Projecto por uma Liderança Democrática e Inclusiva face à questão da formação de um governo inclusivo, nós somos da opinião de que os problemas da Guiné requerem grandes consensos, e os grandes consensos só se conseguem através do diálogo profundo, aberto e sincero.

A nosso ver achamos que as pessoas devem continuar a dialogar incessantemente e nós estamos a acompanhar atentamente a DSP na busca dessas soluções e a partir daqui aproveitamos para lançar um apelo no sentido de priorizarmos o diálogo e contarmos com todos os guineenses, todos os quadros estejam onde estiverem, na diáspora, aqui ou num dos partidos porque o momento exige e impõem grande entendimento na base negocial, com humildade e tolerância, pondo sempre em primeiro plano a Guiné-Bissau que é o nosso bem comum.

Quanto ao adiamento do Congresso estamos a trabalhar nesse sentido, falou-se de Maio e nós achamos que tecnicamente é difícil que se realize ainda este mês, mas na nossa vida temos sido sempre optimistas e estou plenamente convencido de que a breve trecho terá lugar se não for no mês de Maio e se acontecer no mês de Junho aguardamo-lo. 

  • COMO É QUE A VOSSA CANDIDATURA REAGE AO ASSUNTOS LIGADOS À REVISÃO DOS ESTATUTOS DO PAIGC UMA VEZ QUE SE PRETENDE A EXISTÊNCIA DE APENAS DE UM CANDIDATO, NESSE CASO DE UM VETERANO QUE NÃO IRÁ OCUPAR CARGOS PÚBLICOS? (Lusa/RFI)
  • COMO REAGE ÀS QUESTÕES LIGADAS À SUA VIDA EMPRESARIAL, POR EXEMPLO DIZ-SE QUE O HOTEL MALAIKA DEVE IMPOSTOS. ESCLARAÇA-NOS ESTAS QUESTÕES.
BC: - Devo dizer ao jornalista Mussá Baldé de que nós somos fruto do PAIGC, praticamente nascemos dentro dele. Assistimos a diferentes momentos do PAIGC, mas a nossa afirmação foi num quadro democrático e a Democracia tem apenas um sentido, a expressão das urnas. O nosso projecto em toda a digressão que fizemos, fizemo-lo consubstanciado no quadro dos Estatutos vigentes no Partido. Os Estatutos actuais dizem que o Presidente do PAIGC será cabeça de lista do Partido para as eleições e em caso de vitória nas eleições legislativas automaticamente assume o cargo de Primeiro-ministro ou seja do Chefe do Governo. Enquanto o órgão deliberativo não alterar este estado de coisas nós temos a convicção de que nos candidatamos à liderança do Partido PAIGC e qualquer candidato que sair vencedor neste quadro, serão o líder do PAIGC e será o cabeça de lista nas próximas eleições gerais, mas estamos abertos uma vez que a vida é feita de mudanças permanentes, o Mundo está em velocidade cruzeiro em termos de evolução, mutações e mudanças, e se a maioria entender que o Presidente do Partido deve ser um veterano do PAIGC e o líder deve ser Secretário-geral que irá encabeçar a lista para as próximas eleições gerais dependerá das conclusões que os Congressistas chegarem.

Mas uma coisa é certa, não se pode chegar à frente do povo e dizer que “vais pagar os salários, construir estradas, escolas ou modernizar o país ou fazer reformas na administração pública, defesa e segurança, justiça e não apresentar quem será o interlocutor, cabeça de lista ou chefe de governo…. Ele amanhã é que será julgado por isso mesmo é que queremos que as pessoas ponham as cartas em cima da mesa para conversarmos abertamente.
Relativamente à questão das minhas empresas, estou muito satisfeito por me ter colocado esta questão, porque a minha humildade faz com que nunca me auto-elogie. Mas nesse caso sou obrigado a falar e a revelar toda a verdade sobre esses assuntos. Por isso mesmo que desafio toda a imprensa aqui, em Portugal, em Londres ou em qualquer parte porque afirmei que pretendo fazer política e coloquem-me todas a s questões que ainda não tenham feito a nenhum candidato no Mundo.

Autorizo que procurem em todas as Embaixadas informações sobre a minha pessoa. Dou-vos uma carta-branca e se houver qualquer indício, qualquer mancha sobre os meus registos pessoais ponham-no praça pública que retirarei a minha candidatura.
Por outro lado desafio a todos porque tenho um defeito por me chamar Braima Camará, nome comum em muitos africanos porque sou Bá Quecutó outro nome que pertence a muitos africanos. A título de exemplo ainda há poucos dias a minha mãe veio à minha casa muito preocupada, aflita e, mal conseguia falar. Perguntei-lhe o que se estava a passar e o porquê de tanta aflição? Ela respondeu-me que alguém lhe tinha dito que eu havia sido detido e levado pelos americanos. Eu disse à minha mãe que se tranquilizasse e sofresse porque iria ouvir coisas piores e perguntei-lhe ainda porque é que tinha posto esse nome. Se me tivesse chamado de Joaquim, António, Embana ou Mamadú talvez fosse diferente. Em relação à empresa Malaica de certeza já vos foi dito de que o Hotel iria ser encerrado devido à fuga ao fisco. Mas eu desafiei essas pessoas e disse-lhes que “quando devo pago”, e a minha vida de empresário é feita da contracção de dívidas e do seu respectivo pagamento. Mas peço-vos que se desloquem à Direcção Geral das Contribuições e Impostos e inquiram se tenho alguma dívida para com o Estado, e caso constatem ou comprovem alguma dívida minha publiquem-na nesses Blogs como aquele que me faz ataques, calúnias e difamações.

Na Direcção Geral das Alfândegas (DGA), não tenho nenhuma dívida. Fui sempre um “Salvador da Pátria” perante essa instituição. Hoje não estou a fazer campanha e a propósito “quanto é que custa um quilo da castanha de cajú”? Os sucessivos governos sempre me pediram ajuda, uns hoje são candidatos. Eu era o único guineense que operava com os indianos e no ano 2000 pediram-me que levasse alguns empresários à India. Levei-os lá e abri o mercado indiano aos empresários guineenses. Se no país tivermos Paz e Estabilidade em cada mês a facturação do Hotel Malaika é de cerca de 90.000.000.FCFa (noventa milhões de francos cfa). Imaginem que vou dever 600.000 FCFA (seiscentos mil francos CFA) ou 15.000.000 (quinze milhões de francos CFA) e não ter meios para os pagar? Não faz sentido. Tenho dívida sim com o Estado Guineense que deve ao Malaika cerca de 98.000.000 FCFA (noventa e oito milhões de francos cfa) que até hoje não nos pagaram alegando que devido à mudança de Governo não vão pagar nenhuma dívida do Governo anterior. Mas até pergunto? Na minha actividade profissional fazer empréstimo é crime? Porque a nós empresários sérios emprestam-nos dinheiro.

Como acabaram de ver no vídeo exibido há instantes fui Condecorado. As pessoas que me condecoraram não são guineenses. Se houver mais de dois empresários guineenses com investimentos superiores ao do Grupo Malaika, feitos após a independência por favor digam-me quem são.  

Este lugar onde foi erguido o Hotel Malaika era um autêntico Pantanal e os blocos foram retirados aqui mesmo ao lado, e fazíamo-lo manualmente um a um. Conseguimos edifica-lo com o apoio de alguns amigos e camaradas. Portanto como havia dito a nossa vida é um livro aberto, estamos completamente à vontade. Vocês viram as condecorações feitas pelos franceses, mas durante todo o nosso trabalho na Guiné-Bissau alguma vez viram o nosso Governo a reconhecer o meu esforço e espírito patriótico? Nenhum Governo me condecorou, mas Deus fez a justiça, como diz o provérbio: “Baca ku ka tem rabo Deus ku ta banal”. O Governo após termos arrecadado mais de cinco biliões de francos cfa nas contribuições do FUNPI, no ano passado este Governo entendeu que havia pouca circulação de dinheiro no mercado e pediram que devolvesse o dinheiro aos empresários eu estava de viagem a Lisboa e antes de voltar disseram que já não havia dinheiro na Conta porque o Braima Camará desviou o dinheiro quando voltei mandei autorizar para que o dinheiro fosse levantado e distribuído aos empresários vieram ter comigo pediram – me desculpas e eu aceitei o pedido de desculpas deles.

Um outro episodio das dívidas com a DGA que vos passo a explicar. Na altura o Ministro era o Dr. Issufo Sanhá e o Governo resolveu fazer importação de arroz de emergência porque havia escassez do produto no mercado. Chamaram – nos empresários com bons contactos no exterior e pediram-nos que trouxéssemos através dos nossos contactos um barco de arroz. O Governo abdicaria da cobrança dos impostos com o fito de podermos abastecer o mercado e baixar os preços, porque de outro modo o governo iria ter problemas. Chegamos a um acordo, fornecemos o arroz e não nos cobraram esses impostos. Agora foram buscar esses documentos e estão a exibi-los acusando-me de que devo às alfândegas.

O mesmo aconteceu a dado altura o Primeiro-Ministro Carlos Gomes Júnior, o Ministro das Finanças, Mário Vaz e o Ministro do Comércio, Botche Candé pediram-me que conversasse com os empresários para que comprassem o caju o mais alto possível porque politicamente durante a campanha haviam prometido de que os preços da castanha iriam subir e até ao momento havia fraca compra e aos preços de setenta cinco (75) e cem (100) francos CFA. Para essa operação o Governo não cobraria os impostos das importações decorrentes dessa negociação e nos trouxemos mais de quinze mil toneladas (15000ton) foram buscar esses documentos para me difamarem, afirmando que tenho dívidas. Vou afirmar-vos categoricamente de que não devo a ninguém e se dever tenho meios para os pagar porque os meus investimentos são superiores as referidas acusações que me estão a fazer. 

Há dias um dos conselheiros do actual Primeiro-Ministro também veio com a mesma historia de que tinha informações de um desfalque de um bilião e seiscentos milhões de francos CFA e também me ligaram da CCIAS a perguntar – me do sucedido. Fui ao Banco, pedi os extractos da conta o qual tenho toda liberdade de vos facultar, aliás, de vos oferecer, para que façam o bom uso dessas informações. Serve para esclarecer todas as dúvidas que pudessem ter a respeito do FUNPI.

  • DEVIDO ASPROPOSTAS DO ANTE PROJETO DE ESTATUTOS QUE SO SERA PERMITIDO A CANDIDATUTA DE UM MEMBRO COM MAIS DE QUINZE ANOS DE MILITANCIA E ESSE TEMA SERA DISCUTIDO ANTES OU DEPOIS DO CONGRESSO? NÃO EXISTE O RISCO DA SUA CANDIDATURA SE ESBARAR NESTAS PROPOSTAS?

BC: - Quero dizer – lhe que não tenho quinze (15) anos de militância no PAIGC mas quarenta e cinco (45) anos porque nasci no PAIGC e sendo filho de um Combatente da Liberdade da Pátria. Este Senhor que aqui está foi deputado do RGB (Dundo Fernandes) e sabe qual era a ideologia que defendiam em Geba ainda antes de eu ter nascido. Existem muitas pessoas que conheceram o meu Pai e, como sabe, admiro muito que considerem pioneiros só aqueles que tenham jurado a bandeira aqui em Bissau na sede Nacional. Tenho pena que assim seja porque se calhar as nossas cidades do interior como Bafatá, Geba, Gã Mamudo pertencem a províncias de Angola, não são Guiné-Bissau. Ou será que sendo habitante dessas localidades teria de me deslocar a Bissau para poder ter igualdade de tratamento de um Pioneiro.

Eu vim para Bissau no dia 23 de Novembro de 1980 porque não podia deixar a lavoura para vir para Bissau e sem concluir o meu percurso escolar. O meu Pai é que definia os princípios e os valores morais, éticos e sociais dentro da nossa casa, e foi nesse quadro que ele me autorizou vir para Bissau só após o golpe de 14 de Novembro 1980, depois de concluídos os meus estudos em Bafatá. Posto isto o que pretendo agora é saber se há pessoas com mais anos de militância do que eu. As pessoas querem é mudar as regras do jogo em pleno jogo. Não existe este principio nos estatutos vigentes e por isso posso afirmar – lhe que sou Candidato à liderança do Partido e que, se Deus quiser, serei o vencedor do próximo Congresso. O Congresso é soberano sobre esta matéria só dois terço dos votos dos delegados poderá alterar esta disposição estatutária.

  • INDERETAMENTE UM DOS CANDIDATOS ADVERSÁRIO QUIS DIZER DE QUE SE FOR ELEITO VENCEDOR DO CONGRESSO DO PAIGC ESTE CORRERÁ O RISCO DE SER RAPTADO PELOS AMERICANOS COMO REAGE A ESSA QUESTÃO?
BC: - Vocês estão achar piada mas eu não e esta questão é muito pertinente. O que gostaria de dizer aos jornalistas é o seguinte: relativamente a esta matéria estou completamente à vontade e sossegado. Por exemplo, caso me queiram apanhar estarei hoje no aeroporto da Portela então terão esta oportunidade. Caso regresse a Bissau saberão que o que esse Candidato está a divulgar não tem sentido e não é verdade. Caso não regresse ao País saberão que afinal é verdade o que está por aí a dizer. Não passam de calúnias e de jogo sujo impróprio entre Camaradas. (x)

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