A convite do Régulo de Bigimita e dos anciãos desta tabanca histórica da
Região de Biombo, Braima Camará visitou um dos Reinos Tradicionais mais
sagrados da etnia pepel, onde também está umbilicalmente ligado, já que a sua
avó materna, Cecília Djú, é precisamente originária desta localidade e que foi
casa com o seu avó materno, Buli Camará.
Em Bigimita, Braima Camará já era largamente
conhecido, não pelo facto de ter laços étnicos com este Reino Tradicional, mas
sim no âmbito da sua actividade empresarial, sendo o maior comprador da
castanha de caju em toda a Região de Biombo, facto que levou as populações
locais a manifestaram a sua esperança em vê-lo eleito Presidente do PAIGC e
como tal um potencial Primeiro-Ministro “que nos pode ajudar a salvar-nos desta
canseira e desgraça que nos atinge há dois anos consecutivos derivados do facto
dos grandes falhanços consecutivos da campanha do caju” esperança
manifestada pelo Régulo local, Sigá Cá,
na sua curta intervenção de boas-vindas a Braima Camará.
No entanto, duas intervenções
de fundo foram registadas. Uma proferida pelo ex-Presidente da Comissão
Política Regional do PAIGC, camarada InfulnaIé e outro por um filho local da
terra, camarada Constantino Có, por sinal, Presidente da Comissão Política
Sectorial de São Domingos, Região de Cacheu.
InfulnaIé
colocou a arma do tribalismo como um “caminho perigoso e inaceitável como
instrumento de propaganda política nos dias actuais e o seu aproveitamento é um
manifesto sinal de fraqueza e de capacidade de liderança e é por isso que
abraçamos os objectivos fixados por este projecto de liderança democrática e
inclusiva que apoia Braima Camará à liderança do PAIGC”.
Constantino
Có,
considerou que perante os grandes e cruciais desafios que a Guiné-Bissau tem
pela frente “a escolha da liderança do PAIGC tem que ser feita com bastante atenção,
pois temos um caminho difícil e penoso pela frente e que carrega um cargo
destes, tem que o saber suportar, pois de contrário, em vez de o descer,
atira-o para o chão e isso poe ser ainda mais fatal e perigoso para a
Guiné-Bissau, razão pelo qual apostamos em Braima Camará, cujo trabalho já
levado a cabo, são sinónimos de garantia e de confiança num futuro melhor para
a Guiné-Bissau”.
“Eu sou do PRS, mas por causa de
Braima Camará estou disposto a deixar tudo e alinhar com ele no PAIGC, porque o
conheço e sei qual a sua capacidade a sua força de vontade e a sua determinação
e com ele sei com toda a certeza que a Guiné-Bissau reencontrará os caminhos da
paz, da reconciliação e do desenvolvimento”, afirmaria Silva Có.
Braima
Camará não falou muito, limitou-se a explicar as suas
raízes e depois agradeceu a confiança nele manifestada, “mas reconheço e aceito que os
desafios da governação são extremamente exigentes e vão exigir muita atenção,
muita concentração de esforços, muita transparência e principalmente muito e
assumido patriotismo”, para mais a frente acentuar que “contudo, cada coisa no
seu devido lugar, pois neste momento quem acreditar e apostar em mim, deve
convencer os delegados ao nosso VIII Congresso a votar em mim, pois só depois
de se conquistar a Presidência do PAIGC podemos chegar a Primeiro-Ministro e é
somente nessa qualidade que podemos ter condições de atacar e resolver os
problemas, que são imensos e estão repartidos por toda a Guiné-Bissau”.
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