As
estruturas de base do Sector Autónomo de Bissau que apoiam o Projecto "por uma liderança democrática e inclusiva"
reuniram-se para analisar surgimento da "Plataforma do PAIGC para a
Unidade e Coesão Internas do Partido"
e a estratégia que os seus mentores estão a engendrar e decidiram por
unanimidade condenar esta iniciativa que consideraram como uma contribuição
altamente negativa para o PAIGC.
O
camarada Oscar Barbosa
"Cancan" abriu a reunião falando do momento político que o país
atravessa e da necessidade de se cerrar as fileiras em torno das grandes linhas
estratégicas delineadas pelo Projecto "por
uma liderança democrática e inclusiva" que visam salvar o PAIGC e
contribuir para o ressurgimento de uma nova e mais prometida sociedade na
Guiné- Bissau.
Numa reunião
realizada com estruturas do Sector Autónomo de Bissau permitiu constatar que a
ideia e as estratégias preconizadas pela Plataforma são absolutamente
contestadas e rejeitadas por uma esmagadora maioria dos responsáveis de base do
Partido, levando, inclusivamente, a que camaradas membros do Comité Central,
como Infa Mané a considerá-la "como uma grande vergonha para todos os
militantes conscientes, porque a ser verdade tudo isto, esta estratégia vai
levar o PAIGC à catástrofe", enquanto Manuel Sá, Muscuta Indjai e Mussá Samati "apelam ao chumbo categórico da Plataforma, de forma a demonstrar aos
veteranos e aos jovens oportunistas que a abraçaram que a sua ideia de
centralismo democrático só vem para dividir a família do PAIGC e em nada contribuir
para a reestruturação e apaziguamento do nosso Partido, antes pelo contrario,
ela em si descaracteriza o Partido e não vai ajudar a nossa força política nos
seus esforços para reconquistar o poder no nosso país".
Outra
intervenção muito aplaudida foi feita por outro membro do Comité Central, Agarito João Vieira, que afirmou,
citamos, "um grupo sem juízo próprio
está a contribuir para o acentuar da crise no próprio país, por isso mesmo,
devemos utilizar as prerrogativas dos actuais e vigentes Estatutos para
fazermos repor a ordem e a legalidade no seio do nosso Partido".
Carlos Pinto Pereira "Caía", da Coordenação Nacional do Projecto "por uma liderança democrática e inclusiva" após tecer
considerações de ordem jurídica, tendo destacado a forma anti estatutária como
os mentores da Plataforma estão a agir, diria ainda, citamos, "que os níveis de popularidade e aceitação
que o candidato Braima Camará despertou se não fossem tão elevados, talvez
mesmo a Plataforma nunca seria inventada, e para este Projecto que abraçamos
com convicção e determinação, está convicto que esta estratégia foi montada
para travar Braima Camará à Presidência do PAIGC".
Para o
camarada Pinto Pereira, "os mentores da Plataforma procuraram com
esta estratégia confundir os militantes menos atentos, utilizando argumentos
sobre a necessidade de organizar e reestruturar o PAIGC, que todos nós estamos
de acordo e que pensamos ser possível com os actuais Estatutos, porque o não
funcionamento correcto do Partido, dêem-se mais a incompetência do actual
Secretariado Nacional e muito em especial do Secretario Nacional, que não foi
capaz de fazer funcionar esta estrutura político-administrativa, apesar de esta
ter sido reestruturada sob a sua proposta, mas continuando a denotar a sua
inoperância operacional ao longo da sua vigência, com a agravante desta
importantíssima estrutura não se ter reunido uma única vez desde os
acontecimentos do 12 de Abril de 2011 a esta parte, o que de per si demonstra
uma das razões que nos levaram a aderir ao Projecto -por uma liderança
democrática e inclusiva-".
Octavio Lopes, membro do Bureau
Político do PAIGC e igualmente da Coordenação Nacional do Projecto "por uma liderança democrática e inclusiva"
justificou a manutenção dos actuais Estatutos "como sendo um imperativo necessário e urgente para salvaguardar a
unidade e a coesão internas do nosso Partido e de travar certas aventuras que
só iriam contribuir de forma perigosa para o acentuar das nossas crises
interna" para logo adiantar, depois de explicar alguns aspectos políticos,
jurídicos e técnicos que a estratégia da Plataforma contém, "no momento em
que o país se encontra, num momento em que temos um partido quase em situação
de ilegalidade, no momento em que estamos em vésperas de eleições gerais no
país, impõe-se o bom senso, impõe-se a defesa dos superiores interesses do
partido e do país, impõe-se lucidez e inteligência, impõe-se deixarmos o
interesse pessoal a favor do interesse geral, enfim, impõe-se patriotismo e
respeito pelos superiores interesses do nosso povo. Por isso mesmo, deve-se
chumbar categoricamente a Plataforma".
Vamos
destacar seguidamente algumas das passagens registadas na reunião das
diferentes estruturas do Partido no SÁB e que mereceram grandes aplausos por
parte dos participantes:
HADJA BINTA CANDÉ:
·
os mentores da Plataforma perderam o rumo e o senso do racional;
·
as manobras que os defensores da Plataforma estão a engendrar visa
constituir-se num travão a candidatura de Braima Camará;
MARIAMA SOW:
·
pano novo que não tira o frio, não é depois de velho e usado sem
número de vezes que o vai conseguir, com isto quero dizer que o lugar dos
veteranos não é continuarem a mandar, mas sim de hoje o seu lugar é de
aconselhar os mais jovens;
BACARI
SANÓ:
·
como Combatente da Liberdade da Pátria é má vergonha estarmos a
ver como alguns dos nossos veteranos se estão a comportar, porque é
inadmissível e inaceitável que a ambição suplante o seu dever se militantes
responsáveis que deviam continuar a ser exemplos para os jovens;
·
todos sabemos que os Estatutos de Gabú estão em vigor, mas não é
essa ideia que os defensores da Plataforma dão a entender nas suas explanações
e isso é inaceitável e condenável, razão pela qual erguendo onde está o
Conselho Nacional de Jurisdição?
·
se querem ser candidatos para ficarem como Presidentes no Partido,
então que se candidatem ao cargo de Secretario Nacional;
·
porque razão é que não se reúnem os órgãos estatutários do nosso
Partido para discutir e analisar todas estas questões? Ou será também que a
Plataforma já deu um golpe nos órgãos estatutários?
MAMADÚ ALIU DJALÓ:
·
preocupa-me o facto de estamos a ver na Plataforma gente que teve
papel proeminente no golpe de 12 de Abril, inclusive, gente que na tribuna da
Assembleia Nacional Popular afirmando em alto e bem som que o golpe contra o
PAIGC e a sua Direcção já se estava a impor. Será que isto não é do
conhecimento de todos?
- a popularidade e a adesão sem precedentes em torno da candidatura de Braima
Camará está não somente a espantar muita gente, como está causando também medo;
SETY DARAME:
·
não devemos entrar em euforias, embora sinta que temos na verdade
um apoio vindo de ódios os quadrantes, mas devemos continuar a trabalhar cada
vez mais e com mais atenção as manobras e estratégias dos nossos adversários;
SIMÃO LUCAS:
·
estamos bastante encorajados com o posicionamento das nossas
estruturas regionais, demonstrativas da alta consciência política e militante,
dando plenas garantias ao PAIGC e ao seu futuro;
·
será que os actuais mentores, principalmente alguns deles,
podem falar de moralidade? Alguns estiveram ao lado e bem recentemente dos
partidos da oposição e dos militares no processo que levou a nosso afastamento
do poder;
ALMAMI FATI:
·
é urgente e absolutamente necessário que um abaixo-assinado seja
levado a cabo exigindo a realização da reunião dos órgãos estatuários para que
possamos por cobro a estes desmandos estatutários que estamos a viver hoje em
dia no nosso Partido, pois estamos a quatro meses das eleições e a brincadeira
e irresponsabilidade devem terminar ou cessar imediatamente.
Marciano Silva Barbeiro
encerraria a reunião, apelando ao reforço das actividades de sensibilização e
de mobilização dos indecisos "porque
chegou a honra de consolidarmos este excelente trabalho que desenvolvemos até
ao momento, algo que nos dá confiança mas que não deve constituir motivos para
euforias, porque temos ainda muito trabalho pela frente".
Em
relação a Plataforma, Marciano Silva
Barbeiro disse não estar preocupado porque "ele já nasceu morto e as demonstrações de vivo repúdio de que tem sido
alvo nas deslocações que os mentores da "Plataforma do PAIGC para a
Unidade e Coesão Internas do Partido" têm realizado para as diferentes
regiões do país", tendo alertado para a necessidade das estruturas
"não se deixarem embarcar na
demagogia utilizada pela Plataforma, de que um Presidente no Partido para o
reorganizar e dar-lhe mais vida, não era mais do que um engodo, pois a revisão
dos Estatutos que foram feitos à medida da Plataforma e de Carlos Correia tem
igualmente nuances preocupantes, pois ele omite mesmo o que se espera do
Presidente em termos de futuro, pois para além de Presidente do PAiGC ele pode
ser também Primeiro-Ministro, por outras palavras, eles da Plataforma querem
tentar servir-nos gato por lebre".
Para Marciano Silva Barbeiro, "o momento exige de todos nós muita atenção e
muita dedicação em torno do Projecto que defendemos, pois ele é a única
estratégia possível de fazer com que o PAIGC possa voltar a retomar a plenitude
da sua vitalidade, da sua organização, da sua força como instituição política
capaz de tirar a Guiné-Bissau da situação difícil onde se encontra".
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