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quinta-feira, 4 de julho de 2013

A "Plataforma do PAIGC para a Unidade e Coesão Interna do Partido" provoca reacções de protesto

Estruturas do Partido e das Organizações Sociopolíticas do PAIGC da Região de Gabú contra a "Plataforma do PAIGC para a Unidade e Coesão Interna do Partido"

Todas as estruturas do PAIGC, da JAAC, da UDEMU, aliados aos pontos focais do Projecto "Por uma liderança democrática e inclusiva" da Região de Gabú vieram a Bissau expressar o seu protesto contra o lançamento da "Plataforma do PAIGC para a Unidade e Coesão Interna do Partido", que consideram como um acto desonesto, pois a assinatura do documento constitutivo da plataforma por responsáveis e membros da Comissão Organizadora do Congresso, ainda antes de concluída a discussão interna do ante projecto de Estatutos no seio da própria Comissão Organizadora.


Com efeito, cerca de uma centena de mulheres e jovens, aliados aos membros dos órgãos estatutários do PAIGC da Região de Gabú viajaram de Gabú até Bissau para expressarem o seu firme e indefectível apoio ao Candidato à Presidência do PAIGC, apoiado pelo Projecto "Por uma liderança democrática e inclusiva", Braima Camará, motivado pelo surgimento de uma autodenominada "Plataforma do PAIGC para a Unidade e Coesão Interna do Partido", lançada na Sede Nacional do Partido no passado sábado, dia 29 de Junho, o que testemunha de forma inequívoca a consciência e o reconhecimento que nenhum dos pretensos candidatos à liderança do partido que o subscreveu reunia, individualmente, condições para apresentar no VIII Congresso Ordinário, um projecto que fosse ao encontro dos anseios dos militantes do Partido e correspondesse às suas legítimas aspirações.


A JAAC de Gabú, na voz do jovem Mutaro Culubali defendeu na sua intervenção que a opção dos jovens em apoiar o Projecto "Por uma Liderança Democrática e inclusiva" vem do facto de o considerarem "um projecto inovador e com capacidade para unir e cimentar a coesão interna do PAIGC".

Em relação aos objectivos visados pelos mentores e aderentes da Plataforma, Mutaro Culubali sustentou que "sendo o PAIGC o percursos da democracia não pode ser ele a pisar a democracia e neste aspecto a Plataforma é um recuo grave e inoportuno e só visa acentuar a desunião e a coesão do nosso Partido", para concluir a sua intervenção sustentaria e defenderia que para "os jovens de Gabú o líder do PAIGC deve ser igualmente líder do Governo e aqui se coloca uma questão de legitimidade, ditada e cimentada pelo voto".

As mulheres de Gabú, pertencentes a UDEMU, pela voz da Madam Ganó, defenderia que "as mulheres de Sintchan Oco (nome original e popular como era conhecida a capital desta região), vieram aqui de forma livre e voluntária expressar o testemunho do nosso comprometimento total e irreversível para com o Projecto liderado pelo camarada Braima Camará, pois, por estarmos ao lado da verdade e da razão e com o povo do nosso lado, temos desde já garantida a vitoria do nosso candidato no VIII Congresso Ordinário", para terminar afirmando que "Braima Camará será o nosso futuro Primeiro-Ministro e com ele lutaremos pela unidade do povo guineenses e juntos, irmanados no nosso patriotismo podemos tirar a Guiné-Bissau do lugar onde se encontra".

Em representação da UDEMU no conjunto dos Sectores da Região de Gabú, falaria Mariama Seidi que sustentaria na sua intervenção que "as mulheres da nossa região, estão munidas com um "bambaram de ferro" para carregarmos Braima Camará rumo a vitória que o nosso povo já consagrou".

Em nome dos pontos focais do Projecto falou o camarada Iaia Djaló, antigo e reformado Deputado da Nação e actual membro do Comité Central do Partido, que manifestou a sua profunda preocupação pela forma como o PAIGC tem vindo a ser conduzido e pelas preocupantes manobras que alguns veteranos estão desenvolvendo que “poderão conduzir para o agravamento ainda mais das divisões e falta de coesão existentes no Partido, principalmente num momento em que se exige mais ponderação e um diálogo construtivo e apaziguante”.

Para Iaia Djaló a solução da actual crise que o PAIGC enfrenta “só pode ser resolvida e ultrapassada por uma postura de alguém que já demonstrou ser dialogante, humilde e respeitador e esse alguém é Braima Camará”, para continuar afirmando que a actual direcção, cuja legitimidade já é questionável, “pois ser veterano não significa nada em termos estatutários, visto que as suas decisões são anti estatutárias e carecem de ser legitimadas pelos órgãos do Partido, sendo portanto, urgente que sejam os mesmos convocados, pois de contrário a onda de revolta que já se começa a sentir pode alastrar e trazer consequências ainda mais gravosas para o PAIGC”, disse a concluir.

O Coordenador do Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva” na Região de Gabú, o camarada José Carlos Monteiro de Macedo exprimiu a sua “preocupação pela forma arrogante e perigosa como alguns dirigentes com história no partido, estão-se comportando, facto que está a desacreditar o PAIGC e a criar uma expectativa negativa para a imagem do nosso Partido, razão pela qual se torna urgente e inadiável a rápida convocação dos órgãos estatutários, para recolocar algumas coisas no seu devido lugar, pois o PAIGC não é de alguns, mas sim de todos seus militantes, sejam eles antigos ou novos militantes, pois tal como defendia Amílcar Cabral, o Partido é um comboio em marcha, enquanto uns entram nos vagões, outros vão descendo nas estações”.

José Carlos Monteiro de Macedo insurgiu-se contra um grupo de militantes, ex-membros da Escola Piloto, cujo comportamento e exemplo “estão aquém da interpretação que fazem do pensamento ideológico de Amílcar Cabral” e convidou-os a lerem com atenção e frieza “A Arma da Teoria” de Amílcar Cabral.

O Coordenador do Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva” na Região de Gabú disse ser urgente a realização do Congresso, porque para além do seguimento que o Partido deve fazer no processo de recenseamento, havia ainda a necessidade de se prepararem de forma atempada e cuidadosa a lista dos candidatos a Deputados, “isto sem falar da urgente e imperiosa necessidade de se reorganizar o partido de cima a baixo, principalmente ao nível regional e sectorial e zelar pelo futuro dos funcionários do Partido, cuja dedicação e amor ao PAIGC têm contribuído para as grandes vitórias eleitorais”.

Por seu turno, o Coordenador Nacional do Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva”, camarada Marciano Silva Barbeiro insurgiu-se com firmeza contra “os que a coberto de uma capa de antigos e históricos dirigentes do Partido, estão tentando a todo o custo impor o seu modelo de se perpetuarem no poder, sem terem em conta a evolução política e social do país e do próprio PAIGC”.

Marciano Silva Barbeiro considerou como sendo um acto desonesto e condenável pela sua falta de ética, que dirigentes com um passado histórico no Partido e que estão a dirigir a Comissão Nacional Preparatória, “estejam a utilizar em proveito próprio esta estrutura para se perpetuarem no poder, quando todos eles já sabem que não podem remar contra a maré, isto é, já não têm argumentos para se confrontarem com os novos valores que despontam no seio do Partido”.

Sempre na linha do seu pensamento, Marciano Silva Barbeiro após considerar a desonestidade intelectual dos subscritores da Plataforma, considerou que ela “é o reconhecimento de que nenhum dos pretensos candidatos à liderança do partido que o subscreveu reunia, individualmente, condições para apresentar no VIII Congresso Ordinário, um projecto que fosse ao encontro dos anseios dos militantes do Partido e correspondesse às suas legítimas aspirações” e congratulou-se pelo facto de alguns candidatos se recusarem categoricamente a subscrever esta denominada Plataforma.

Marciano Silva Barbeiro acusou ainda alguns responsáveis de “tentarem a viva força impor o seu modelo de Estatutos, sem ter em conta a opinião dos outros que sustentam que os actuais Estatutos ainda servem e podem ser alvo de algumas mudanças pontuais em alguns dos seus artigos, isto reforçado pelo facto, de que em épocas de crise as grandes mudanças não são benéficas nem oportunas”.

Por fim falaria o líder do Projecto “por uma liderança democrática e inclusiva”, camarada Braima Camará, que defendeu na sua intervenção a necessidade de haver moderação e contenção, “para que possamos privilegiar o diálogo entre nós e possibilitar encontrarmos uma boa e sustentável solução que possa fazer com que o PAIGC saia mais reforçado, unido e coeso”.

Contudo, Braima Camará disse “estar atento as manobras e principalmente as estratégias que o visam directamente, mas quero deixar um aviso à navegação, que tudo na vida tem limites”, para de seguida agradecer o apoio “que veio de Gabú, não só pelo seu calor militante, mas pelo seu desejo de salvar o Partido e o próprio país”.

Tenho defendido sempre a contenção e a moderação, dando prioridade ao diálogo, como forma de ultrapassarmos qualquer situação menos confortante, nesta luta que para nós é democrática e deve ser por isso mesmo levado a cabo com ética, respeito, lealdade, transparência e que o novo Presidente do PAIGC seja eleito de forma transparente e onde não deve haver nem vencidos, nem vencedores” diria ainda Braima Camará para de seguida afirmar no prosseguimento do seu improviso de agradecimento as estruturas do partido da Região de Gabú, “mas se isto não for compreendido pelos nossos adversários, então teremos que impor a força dos nossos argumentos e a força que os apoios vindos de todos os quadrantes da vida do PAIGC já nos expressaram de forma pública”.

Para Braima Camará, “um projecto que conta com o apoio de uma esmagadora maioria dos membros dos órgãos estatutários do nosso Partido, das Comissões Políticas de todas as Regiões do país, de uma esmagadora maioria dos Deputados da Nação da Bancada Parlamentar do PAIGC, que já tem crédito e respeitabilidade da comunidade internacional, tem obrigatoriamente que assumir uma postura de responsabilidade e de ética e respeito para com os militantes do PAIGC e para com o povo da Guiné-Bissau”, para logo concluir, “que o nosso desejo de modernizar o PAIGC e dotá-lo de mais capacidade operacional, não significava afastar os veteranos, mas sim enquadrá-los melhor para que a sua rica história possa servir para educar e conquistar os jovens que não nasceram no período da Luta de Libertação, mas que hoje constituem a fatia mais importante do eleitorado guineense e para mais estamos em pleno século XXI”.

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