Foi perante
uma plateia representando todas as estruturas regionais, secto-riais e de base
do Partido reunidos na cidade de Catió, teve a oportunidade de, no decurso de
uma sessão de esclarecimento promovido pe-lo Projecto "Por uma Lide-rança Democrática e Inclusiva" obter uma sucinta
explicação dos perigos que representa para o futuro do PAIGC, o surgimento da
Plataforma.
Para Óscar Barbosa "Cancan", membro
da Comissão Permanente do PAIGC e um dos Coordenadores do Projecto "por uma liderança democrática e inclusiva"
após agradecer "a inequívoca
manifestação de apoio e de solidariedade manifestadas pelos responsáveis das
diferentes estruturas do nosso grande Partido em torno do projecto que apoia
Braima Camará, um dirigente de futuro e em clara ascensão, porque quando
tomaram conhecimento da escolha consciente e patriótica de um vasto leque de
responsáveis e militantes em fazer dele o seu candidato à Presidência do PAIGC,
a equipa de veteranos que anti estatutariamente estão gerindo os destinos do
PAIGC pensaram tratar-se de uma postulação a não ter em conta e quando notaram
que ele se transformou num poderoso e já mais do que certo Presidente do PAIGC
a partir do VIII Congresso Ordinário do nosso Partido, o alarme suou e então
toca a unir as forças já vencidas no seio de algumas candidaturas com poucas ou
nenhumas possibilidade de ganhar seja o que for no seio do PAIGC e num acto de
puro contra senso, violando, inclusive, as próprias regras estatutárias do
partido e mesmo de ordem ética e democrática, assumiram o papel de jogador e
arbitro, ou seja, de responsáveis principais pela Comissão Nacional
Preparatória do Congresso elaboraram uma revisão dos Estatutos à justa medida
das suas pretensões e se fizeram de Candidatos, tudo em nome de um só e único
objectivo: TRAVAR A TODO O CUSTO BRAIMA
CAMARÁ DE CHEGAR A PRESIDÊNCIA DO PAIGC".
Em Catió a
delegação do Projecto "por uma
liderança democrática e inclusiva" chefiada pelo camarada Oscar
BARBOSA "Cancan", membro da Comissão Permanente do Bureau Politico e
Responsável pela Comu-nicação e Marketing no âmbito do projecto liderado pelo
camarada Braima Camara e integrada pelos camaradas Dinis Cabelol na Fantchamna,
Carlos Pinto Pereira, da Comissão Política e Estratégica e por Mandu Indjai,
Coordenador do Projecto nos Bijagós, defende que uma revisão tão profunda dos
Estatutos, há menos de seis meses das eleições, é totalmente contra procedente,
pois tem o sério risco de confundir os militantes e o povo em geral com um
modelo de direcção completamente desconhecido do Partido e que está sendo
levado a cabo pelos mentores de uma dita Plataforma em nome de um centralismo
democrático que já não existe no seio do PAIGC.
Em nome do
Projecto que apoia a candidatura de Braima Camara à Presidência do PAIGC, as
estruturas regionais do Partido da Região de Tombali, reunidos em Catió,
escutaram as explicações dadas pelo camarada Carlos Pinto Pereira que na sua exposição chamou a atenção dos
militantes “para o recuo democrático que
representa o modelo de escolha do Primeiro-Ministro que nos temos da proposta
da dita Plataforma passa a ser escolhido por uma cúpula muito de pessoas ao
invés de o ser pelo conjunto dos delegados ao congresso com a legitimidade que
lhes advém do facto de serem os representantes legítimos de todos os militantes
do Partido”.
Para este Jurista,
igualmente membro da Direcção Política e Estratégica do Projecto "Por uma liderança demo-crática e inclusiva"
esta proposta "encerra ainda o
perigo de não ser o Presidente do PAIGC, o verdadeiro líder do Partido, por não
ser ele quem vai dar a cara na defesa do Programa do Partido nas eleições, logo
não vir a ser ele o responsável pela execução do Programa de Governo. Na
azafama de tolher o passo a alguns Candidatos, os defensores da dita Plataforma
confundem o papel de Presidente com o do Secretário Permanente ou Nacional do
Partido, que deve este sim, tomar conta pela organização do Partido e pela vida
dos seus militantes, tal como no passado, os camaradas José Araújo e Vasco
Cabral deram cabais provas de militância cumprindo aquelas funções de
Secretario Permanente com capacidade, competência, zelo e dedicação, hoje
esperamos que o camarada Carlos Correia, que quer dar o seu contributo na melhor
organização do Partido que o faça neste lugar já o que eles pretendem é ajudar
a organizar o partido".
Diferentes
membros das diferentes estruturas do PAIGC presentes passaram a intervir depois
das explicações que lhes foi dada sobre a Plataforma, sendo de destacar algumas
passagens dos seguintes camaradas, nomeadamente do camarada Lássana Camará que se mostrou “muito preocupado com a actual situação que
se vive no seio do PAIGC, onde praticamente ninguém se entende, defendendo o
surgimento de uma liderança forte e esclarecida e a esperança hoje estar virada
num projecto liderado pelo camarada Braima Camará que já ganhou o seu espaço no
seio dos verdadeiros militantes do PAIGC”.
Para Lássana Camará “a hora actual é de preocupação e de estupefacção quando pela voz dos
altos dirigentes que se deslocaram a Catió para defenderem e afirmarem que a
sua Plataforma era um facto consumado e irreversível”, para logo concluir
se "estariam já a aplicar o
centralismo democrático?".
Para a Hadja Ramatu Sow da UDEMU de Catió,
"existe de facto um choque entre
veteranos e jovens, com larga desvantagem para os mais velhos, pois estamos em
crer que a ideia da Plataforma veio muito tarde, quando devia ser logo posta a
circular para que não criasse hoje os problemas que vão minar ainda mais o
nosso Partido. Contudo e apesar de termos algumas divergências entre nós,
normal para um partido grande como o nosso, devemos salvar imediatamente o que
nos une e procurarmos curar o que nos divide", para concluir que
"a nossa actual divisão interna só
favorece e abre caminho aos nossos adversários políticos e muitos deles estão a
tirar lições dos erros que cometeram no passado e hoje com a experiência e a
aprendizagem que estão tendo com a nossa longa experiência, estão desenhando
estratégias que podem fazer perigar a nossa vitoria nas próximas eleições que
se avizinham".
Para o
veterano Mussa Seidi, um antigo
Combatente da Liberdade da Pátria que dedicou já largos anos ao PAIGC afirmaria
que podia falar em alto e bom som "que
sofremos imenso com o processo da Luta de Libertação e hoje continuamos
esquecidos, mas com renovadas esperanças depois de escutarmos Braima Camara que
pensamos ser um dirigente capaz de fazer voltar o nosso grande Partido aos
caminhos da verdade e do desenvolvimento", para concluir afirmando que
"os nossos antigos dirigentes ao
inventarem esta Plataforma estão a contribuir para estragar ainda mais o PAIGC".
Para Mamadu Camará “há imensos problemas no seio do PAIGC "muito dividido em
sensibilidades, a revisão partidária deveria ser na base de um mais amplo e
responsável consenso para evitar mais problemas", alertando de seguida
para "o facto de o PRS estar a
apreender com os erros que o PAIGC comete e está a reorganizar-se de modo a
poder contrabalançar a força do PAIGC, daí termos que nos precaver e unirmos o
nosso Partido o mais rápido quanto possível, porque com a marcação da data das
próximas eleições já não temos muito tempo".
Baciro Djau defenderia que o mais
importante na hora actual é a coesão do PAIGC, "razão pela qual defendemos a necessidade de haver cedências e consensos
entre todos os candidatos de modo a salvarmos o PAIGC, sem contudo, pisarmos ou
violarmos os nosso Estatutos, pois a divisão que se vive há muitos anos a esta
parte no seio do PAIGC não aconselha uma revisão tão profunda, pois isso é
contra procedente pois vai acentuar
ainda mais a unidade e coesão do nosso Partido, com a agravante de estar já a
porta das eleições, daí precisarmos de tomar muito cuidado com o crescimento e
a organização do PRS baseado e assente numa estratégia de unidade interna
reforçada e que está igualmente a desenhar e a implementar uma estratégia para
cada região do nosso país".
A JAAC, pela
voz do seu Coordenador local, Amadú Iaia,
há que defender uma liderança democrática e não uma liderança autoritária, e
neste aspecto os veteranos devem ter a percepção e a noção de que a Plataforma
está a gerar muita divisão e mais problemas, razão pela qual devem fazer
prevalecer o bom senso não injectando mais gasolina para a fogueira, cabendo
aos militantes escolher o seu Presidente e o modelo de Estatutos, coisas que
não devem ser impostos sem tomarem em devida conta os prós e ou contras.
Para este responsável da juventude, "se o PAIGC perder as próximas eleições a culpa será dos mentores da Plataforma que estão a atrasar deliberadamente a realização do congresso não permitindo assim tempo para o nosso Partido se preparar de forma conveniente e necessária e nesta revisão dos Estatutos não queremos a votação do braço no ar, mas sim através das urnas, pois isso só fortalece mais o PAIGC e não contribui para a sua divisão, pois quem ganhar o próximo Congresso deve igualmente pensar nos jovens, porque nos últimos anos nós fomos sempre os parentes pois do nosso Partido".
Para este responsável da juventude, "se o PAIGC perder as próximas eleições a culpa será dos mentores da Plataforma que estão a atrasar deliberadamente a realização do congresso não permitindo assim tempo para o nosso Partido se preparar de forma conveniente e necessária e nesta revisão dos Estatutos não queremos a votação do braço no ar, mas sim através das urnas, pois isso só fortalece mais o PAIGC e não contribui para a sua divisão, pois quem ganhar o próximo Congresso deve igualmente pensar nos jovens, porque nos últimos anos nós fomos sempre os parentes pois do nosso Partido".
Para a
camarada Sérgia da Silva, da UDEMU
de Tombali "as divisões ou guerras
internas do PAIGC tiveram sempre reflexos negativos para as mulheres, pois as
permanentes discórdias só trazem mais fome, mais desgraça, mais pobreza pois
afastam o PAIGC das suas responsabilidades de lutar e proteger o nosso povo".
Mamadú Turé na sua curta intervenção
perguntou se seria verdade "pelas
afirmações que a delegação da Plataforma proferiu em Catió de que todos os
candidatos aceitaram assinar esse documento, pois, pelas vossas palavras estão
a dizer-me que o Candidato Braima Camará sempre recusou a ideia da Plataforma e
nunca vais assinar esse documento, mantendo firme a sua candidatura á
Presidência do Partido e sendo assim os veteranos estão a mentir e a enganar os
militantes e isso é muito grave e muito mau".
A militante Musquebá Mané, igualmente da JAAC se o
PAIGC defende a democracia, "então
vamos para o jogo democrático sem medo e sem complexos, pois o mais importante
é salvar o nosso Partido, pois devemos saber ganhar e perder com honra e
dignidade para todos. Havendo mais de mil candidatos para disputar a
Presidência do PAIGC não me causa nenhum problema, o que me preocupa sim, é
haver intenção de travar a democracia interna no seio do nosso partido com a
invenção de modelos que não estão nos nossos hábitos".
Para esta
jovem militante, "os problemas do
PAIGC nascem e consolidam-se sempre e invariavelmente no seio do nosso próprio
partido e os veteranos com esta Plataforma estão a contribuir para haver mais
problemas e divisão no nosso seio", para de seguida afirmar que "a
juventude do PAIGC que está na JAAC está caduca e sem esperanças e sem leme,
pois a JAAC hoje é uma sombra daquilo que foi e pode vir a ser e é por causa dessa
inoperância que a situação dos jovens se complica cada vez mais, daí a razão
pela qual os jovens e Tombali nunca ascenderam quer ao nível do aparelho do
partido quer ao nível do Governo".
Para o
veterano Bacar Sissau Sandé "os
Combatentes da Liberdade da Pátria libertaram este país e é com pena que vemos
hoje alguns dos nossos históricos, com muita história no processo da nossa Luta
de Libertação Nacional, estejam a contribuir para a desunião do nosso partido e
também precisamos hoje mais do que nunca de mudar muita coisa no nosso país e
uma das coisas é salvar a vida dos Antigos Combatentes cada em mais vitimados e
cada vez mais parentes pobres deste país".
O leque dos
intervenientes do encontro de Catió, ficou marcada pela clareza da intervenção corajosa e lúcida do
camarada Braima Cassamá que sem
rodeios diria em alto e bom tom "que
enquanto um dos responsáveis regionais do PAIGC fomos instruídos de forma
explicita pelos nossos chefes e dirigentes para recebermos todos os candidatos
que se desloquem para a nossa área de acção nos mantermos equidistantes das
candidaturas dada a nossa condição de funcionários do partido, mas hoje estamos
espantados com a forma como os nossos dirigentes superiores do nosso Partido se
estão comportando, violando de forma séria e preocupante os Estatutos do PAIGC",
para de seguida e de forma muito precisa afirmar que "os camaradas Presidente em Exercício do PAIGC e o Secretario Nacional
do nosso Partido sabem muito bem que qualquer documento ou orientação
estratégica devem ser submetidos e aprovados pelos órgãos estatutários do PAIGC
e serem posteriormente enviados para discussão e analise das bases cuja
contribuição para o seu enriquecimento deve ser tomado em conta caso se entenda
a sua pertinência e utilidade".
Braima Cassamá, continuaria a sua
intervenção afirmando ainda que, citamos, "chegar a Catió e deixar entender a todos que os Estatutos do PAIGC
aprovados pelo VII Congresso Ordinário de Gabú já nada servem porque decidiram
assumir novos Estatutos que nem sequer passaram pelos órgãos estatutários,
apresentando a Plataforma como algo já assumido pelo Comité Central é tanto
mais grave como é igualmente uma gravíssima infração aos actuais Estatutos em
vigor e devem merecer uma atenção especial do nosso Conselho Nacional de
Jurisdição" para logo concluir, afirmando, "também estamos preocupados, quando vemos o nosso Secretário Nacional,
que nos deu orientações precisas para nos mantermos equidistantes das
candidaturas, estar a assumir um projecto de liderança no seio de uma
Plataforma também ilegal pela forma como o querem impôr, o que nos deixa a
partir deste momento com as mãos livres para assumirmos a candidatura que cada
um de nós bem quiser ou entender".
O Supervisor
do Projecto "por uma liderança
democrática e inclusiva" no Sul do país, camarada Aly Kadra, igualmente Deputado da Nação, na sua intervenção
deixaria manifestar a sua satisfação pelo facto de Catió, "bem como de todo o sul do país estarem
conscientes dos perigos que representa o surgimento da Plataforma, uma solução
engendrada para travar um verdadeiro peso pesado da política guineense
inesperado para muitos e cuja ascensão está a incomodar as pretensões de muito
boa gente, enquanto se vê surgir estratégias promovendo candidaturas que só
visam a satisfação de ambições de ordem pessoal".
Para Dinis Cabelol Na Fantchamna, membro do
Bureau Politico do PAIGC e igualmente da sua Coordenação Política Nacional, o
Projecto que apoia Braima Camará à liderança do PAIGC "é manifestamente algo que vai marcar o fim
de um ciclo de divisões, de desentendimentos no seio do nosso Partido e também
a hora de uma mudança geracional, útil e absolutamente necessária para adequar
o Partido as exigências da modernidade e do desenvolvimento".
Para encerar
esta reunião de esclarecimento, Óscar
Barbosa "Cancan" considerou que “a ideia de criar esta dita Plataforma vai ser alvo de um grande chumbo
por parte de todos os responsáveis das estruturas do Partido” para de
seguida considerar ser "uma pena
vermos dirigentes históricos virem a ser ridicularizados e atacados pela sua
teimosia, pela sua falta de senso político e pela sua excessiva ambição
pessoal, só porque não estão a acompanhar o curso da história e das exigências
de uma sociedade em plena mutação".
Para Óscar
Barbosa "nos últimos dez anos a esta
parte, várias crises graves abalaram de forma progressiva toda estrutura
política do PAIGC e tornou evidente que o caminho que está ou estava sendo
conduzido o partido não era a melhor, prova disto é actual situação que o
partido atravessa e que vem demonstrar de forma inequívoca a urgente
necessidade de o PAIGC dotar-se de um novo rumo, de um novo rosto, capaz de
unir e congregar os guineenses em geral, os militantes e simpatizantes do
Partido em especial, em torno dos grandes ideais de reconciliação e unidade,
imprescindíveis a manutenção do PAIGC, enquanto partido do poder e força
política historicamente ligada aos superiores interesses das camadas menos
privilegiadas da nossa terra".
Para Cancan, "em certa medida, as sucessivas crises que ao longo dos últimos anos se
vêm abatendo sobre o PAIGC correspondem às crises políticas que vêm igualmente
grassando no nosso país. Com isso, não é menos verdade que a resolução
duradoira dos problemas do país passa necessariamente pela resolução dos
problemas do PAIGC. Pois, esta relação entre o PAIGC e a Guiné-Bissau prende-se
com o estatuto histórico e a dimensão nacional deste. Não queremos com isso
ignorar a importância de outras forças políticas no actual figurino político
constitucional do nosso país, mas o certo é que a realidade vigente é mesmo
esta. Esta realidade dolorosa por que vem passando o PAIGC e, consequentemente,
a Guiné-Bissau, interpela a todos nós, filhos desta terra, e, em especial, os
militantes do PAIGC, a consentirmos sacrifícios como outrora a geração de
Cabral deu a vida para a libertação do nosso povo da ignorância, da exploração
e da opressão".
"É esta situação que levou um vasto grupo de
dirigentes, militantes responsáveis e deputados do nosso Partido na sua grande
e esmagadora maioria a escolher e apoiar a candidatura à Presidência do PAIGC
do camarada Braima Camará, fruto, saliente-se, após uma longa e aturada
reflexão" diria Cancan,
para logo concluir que "esta é uma
candidatura que propõe dar expressão aos interesses dos militantes e apela à
força que há em cada um e em todos, para empreender o processo de mudança de
que o PAIGC precisa. Uma candidatura consubstanciada numa Liderança Democrática
e Inclusiva, proporcionando uma vida partidária cada vez mais partidária a
todos militantes".
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